Espírito crítico

"Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero. "
(Pierre Beaumarchais)

"Quem se enfada pelas críticas, reconhece que as tenha merecido."
(Tácito)

"Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos."
(Ayaan Hirsi Ali)


"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar."
(Abraham Lincoln)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ajudem-me a compreender

Como pode alguém acreditar na política deste governo? Como pode a nossa indústria competir com a Espanha, quando em Portugal o preço dos combustíveis e taxa do IVA são cerca de 20% mais elevados?
Também terá tirado o curso por correspondência o nosso ministro das finanças? Não acerta uma previsão, não permite que a nossa economia se desenvolva, retira poder de compra aos Portugueses e, em vez de melhorar as condições de vida dos contribuintes, ainda as agrava. Para que queremos nós um governo que tira regalias às pessoas para construir linhas de TGV, aeroportos, estádios? Que adianta ter uma dezena de estádios novos, uma linha de alta velocidade e mais um aeroporto, se as pessoas não têm dinheiro para comprar comida, quanto mais para comprar os bilhetes? O que nos adianta ter o défice controlado, se não temos o que comer? Que país é este em que as pessoas têm de esperar mais de 4 horas para serem atendidas nas urgências ou de ir às 6 horas da manhã para o exterior de um centro de saúde com a finalidade de conseguirem uma consulta, em que os alunos podem faltar às aulas impunemente e têm aprovação garantida, em que os professores são avaliados em função das notas dos alunos e do abandono escolar ?
Como pode alguém defender um Primeiro-Ministro que é apanhado constantemente a mentir e que não cumpre as leis que ele próprio faz aprovar?
Alguns comentadores que defendem estes desgovernantes dizem que não há alternativa, que não se podem baixar os impostos e que o Primeiro-Ministro é muito corajoso ao enfrentar os descontentes. Se o governo não servir para ajudar as pessoas e mantê-las satisfeitas, para que existe? Há sempre alternativas e nenhuma será pior do que quem nos tem deixado cada vez mais pobres.
salvarescola@gmail.com

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sócrates e o tabaco




Não me admirou nada o Senhor Primeiro-Ministro José Sócrates ter sido apanhado a fumar num avião, porque quem acha que está acima da lei pensa que pode fazer o que bem entender: tirar cursos sem ir às aulas, enviando trabalhos por fax; preencher documentos oficiais com habilitações que não tem; fumar onde quiser; retirar tempo de serviço aos trabalhadores; mentir aos portugueses; não respeitar declarações de exclusividade… Já todos conhecíamos o seu carácter arrogante, pois repete insistentemente que ninguém lhe dá lições de nada… Por isso é que ninguém o via nas aulas... Agora o que foi para lá da minha imaginação foi um Primeiro-Ministro alegar que não respeitou uma lei assinada por si, por desconhecimento!!! Se calhar faltou à aula em que a professora ensinou os seus colegas a ler. O avião não teria nenhum sinal de proibição de fumar que o fizesse entender? Será que também não entende os símbolos? Quando eu o ouvi na televisão alegar que desconhecia a lei, nem queria acreditar!!! Quanto ganharão os assessores que o aconselharam a dizer isso? Pedir desculpa, até nem lhe ficou mal, mas esqueceu-se de pedir desculpa pelas mentiras sobre os impostos, sobre a idade da reforma e sobre as portagens nas SCUT. Vamos supor que um ladrão de automóveis era apanhado em flagrante a conduzir uma viatura roubada e pedia desculpa, dizendo que não voltava a fazer e que não sabia que era proibido. Seria absolvido?Com governantes que dão este exemplo, onde iremos parar?... salvarescola@gmail.com
O artigo 6º do Código Civil tem como epígrafe a "Ignorância ou má interpretação da lei"; e dispõe o seguinte:
"A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nelas estabelecidas."

«Quero fazer-vos uma declaração sobre o facto de ter fumado no avião. De facto fumei, com o ministro da Economia [Manuel Pinho] enquanto conversávamos, mas no convencimento de que se podia fumar, porque assim sempre aconteceu nas outras viagens anteriores».
Estas declarações do 1º Ministro de Portugal são de um atrevimento atroz! E, como se não bastasse, ainda acrescentou:
«Estava convencido que não estava a violar nenhuma lei nem nenhum regulamento. Infelizmente há essa polémica em Portugal e eu quero lamentar essa polémica. Se por algum motivo violei algum regulamento, alguma lei, lamento e peço desculpa, não voltará acontecer».
1º- Ainda bem que "sua eminência" e comitiva não costumam matar as hospedeiras de bordo, caso contrário, "porque assim sempre aconteceu nas outras viagens anteriores", tê-lo-iam feito de novo;
2º- Lamenta "sua excelência" que a polémica exista em torno do "seu conversador cigarro", eu também, sobretudo porque nem com desenhos percebeu a interdição. Mas lamento muito mais que não haja polémica proporcional em torno de outras questões que assim o pedem !
3º- E ainda coloca um "se"! " Se por algum motivo violei algum regulamento, alguma lei..." Então, mas não sabe já que sim?
4º- Por último, pede desculpa?
Está, certamente a fazer de nós parvos!
"Dura Lex Sed Lex". Aplique-se a coima pela ocorrrência!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

No poupar é que está o ganho!

Como não conseguiu que os professores fossem avaliados pelos resultados dos alunos este ano, a Ministra da (des)Educação tem dado várias entrevistas, pressionando os professores a não “chumbarem” os alunos, com os argumentos de que estes não aprendem mais se repetirem o mesmo ano e de que as retenções ficam muito caras ao Estado.
Acredito que aqueles alunos que não querem aprender, dificilmente aprendam alguma coisa, mesmo que repitam, mas também tenho a certeza de que dizer que os professores não devem reprovar os alunos levará a que mais alunos não queiram aprender e digam que não vale a pena estudar, pois a grande ministra lhes oferece a aprovação, como a Universidade Independente “ofereceu” a licenciatura a algumas pessoas. Para continuar a ganhar eleições, é necessário que a maioria do povo não saiba pensar e se garanta aos eleitores a progressão escolar dos seus filhos!
Também acredito que a curto prazo é muito mais económico passar os alunos. É uma boa teoria: a Ministra da Saúde de igual modo dirá que se devem fechar os hospitais e que não se devem curar os doentes, pois fica muito dispendioso, e o Ministro da Justiça também pode soltar os detidos, porque é muito caro mantê-los na prisão. Se o Parlamento fechasse e os deputados fossem para casa, então ainda se pouparia mais! As eleições também custam dinheiro, se acabássemos com elas, pouparíamos uma fortuna! Vamos poupar muito dinheiro para a Senhora Ministra poder gastar nos assessores que corrigem as leis que vão chegando diariamente às escolas sem qualquer aplicação prática.
Isto não é facilitismo, é economicismo! Como é que ainda ninguém tinha tido estas ideias!? O Prémio Nobel da Economia este ano já tem dona!
Para quê ter trabalho a definir competências, a planificar conteúdos, a definir critérios de avaliação, a elaborar e a corrigir testes? Não é necessário que os alunos aprendam, porque ensinar custa dinheiro. Colocam-se os alunos fechados nas escolas o dia todo, em turmas enormes, para não gastar dinheiro em salas nem em professores. O talento do docente para entreter será suficiente de modo mantê-los minimamente interessados, visto que desenvolver competências deixou de ser necessário por ser dispendioso!
A partir do próximo ano, quando os professores forem crucificados se os seus alunos não obtiverem sucesso, a Senhora Ministra já não terá necessidade de andar a apregoar que aluno matriculado é aluno passado, mesmo que falte, pois os docentes fecharão os olhos e obedecerão à lei, afogando a sua consciência em anti-depressivos.
A longo prazo, não saberemos quem pagará a factura, pois a culpa morrerá sempre solteira….
salvarescola@gmail.com