O manual mais pequeno do mundo sobre sobrevivência profissional.
Como ganhar a guerra que os pais e alunos ressabiados andam a fazer
aos professores?
1. Não queira salvar o Mundo. O Mundo não tem salvação. Os humanos têm
tratado tão mal a mãe natureza que ela vai agradecer quando os humanos
derem cabo de si próprios.
2. Não entre na escola com a ideia peregrina de que a sua missão é salvar
crianças e adolescentes. Há muitas crianças e jovens que não têm salvação.
Quando chegam à escola já estão perdidas. Não se sinta culpado pela
perdição dos outros. As culpas da perdição têm de ser distribuídas pelos
políticos e pelos pais. Os primeiros porque não sabem governar o país;
apenas sabem governar-se. Os segundos porque colocam o amor próprio e os
interesses pessoais à frente dos interesses dos filhos. E vai daí, passam a
vida a fazer asneiras.
3. Se vir uma criança com fome, compre-lhe uma sanduíche. Mas não tenha a
pretensão de querer resolver o problema da pobreza.
4. Não fale nas aulas sobre sexo e política. Concentre-se nas suas matérias e
lembre-se de que ensinar bem é a coisa que melhor pode fazer para ajudar as
crianças e os jovens a serem bem sucedidos.
5. Não queira ser engraçado nas aulas nem queira passar por humorista.
Lembre-se de que está a falar para 25 alunos que têm telemóveis com câmara
fotográfica e gravadores de áudio e vídeo.
6. Não queira fazer-se passar por irmão mais velho, amigo, pai ou mãe dos
alunos. Seja simplesmente professor: um profissional com elevada
competência técnica e científica que é pago para ensinar. Quando se ensina
bem, está-se a educar. A educação é uma camada que se sobrepõe à
instrução. A sua tarefa principal é instruir. A educação vem por acréscimo. É
um bónus.
7. Não fale sobre a vida privada com os alunos. Lembre-se de que você não é
pai nem mãe deles. Tão pouco é irmão. Nem sequer é um amigo. Você é um
profissional.
8. Não queira entrar na intimidade dos seus alunos. Ouça-os quando
eles se dirigem a si para falar sobre os problemas pessoais, mas ouça
apenas. Não diga nada. Se for caso disso, encaminhe-os para o
psicólogo escolar. Se for assunto que possa ser tratado pela escola, mande-os
falar com o director de turma.
9. Guarde a ternura para os seus filhos. Não caia na tentação de
consolar as crianças e os jovens com carícias, ainda que inocentes.
Seja cuidadoso. Há crianças e jovens que fazem uso da maldade pura.
10. Cuidado com as conversas com os pais. Trinque a língua antes de
falar. Diga só o que for realmente necessário. Limite-se à descrição
dos factos. Poupe nos adjectivos. Não faça juízos de valor. Nunca
tenha a pretensão de pensar que os pais dos alunos são seus amigos. E nunca
tome o partido dos pais contra os seus colegas. Lembre-se de que os pais
passam, mas os seus colegas vão estar ao seu lado durante pelo menos 40
anos.
Teresa Soares
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segunda-feira, 13 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
Deputados aflitos
Os deputados socialistas andam aflitos...
Estão a ver que o tacho lhes está a fugir... Sobretudo aqueles que eram professores antes de serem deputados têm motivos para andarem angustiados. Estão quase a contactar com a realidade que aprovaram no parlamento.
Têm de começar a preparar-se para andarem a lamber as botas (e não só) ao senhor director e ao titular que os vão avaliar. Esperemos que os avaliadores sejam exigentes e os penalizem por terem abandonado a escola durante 4 anos para aprovarem um modelo de avaliação completamente injusto que só avalia a capacidade dos professores serem bajuladores ou não. Também espero que sejam impedidos de progredir, como aconteceu com os professores que tiveram o azar de serem mais novos...
Também os estou a ver a transitar alunos que não põem os pés na Escola, pois, neste momento, um aluno que esteja matriculado já passou de ano... Vão aperceber-se de que a responsabilidade pelo abandono escolar não é dos professores e de que por muito que os professores queiram é impossível conseguir ensinar alunos que raramente aparecem nas aulas e aos quais não se pode marcar faltas, pois estão nos cursos de CEF.
Senhores deputados, pensavam que o lugar de deputado era vitalício?
Quando voltarem à escola para aquela que devia ser a profissão que escolheram e que traíram, vão aperceber-se da porcaria que fizeram à escola pública.
Cá vos esperamos... Nós já nos habituámos e vocês vão habituar-se ou meter uma cunha para ir para uma Fundação ganhar dinheiro sem trabalhar?
Até Setembro!
Estão a ver que o tacho lhes está a fugir... Sobretudo aqueles que eram professores antes de serem deputados têm motivos para andarem angustiados. Estão quase a contactar com a realidade que aprovaram no parlamento.
Têm de começar a preparar-se para andarem a lamber as botas (e não só) ao senhor director e ao titular que os vão avaliar. Esperemos que os avaliadores sejam exigentes e os penalizem por terem abandonado a escola durante 4 anos para aprovarem um modelo de avaliação completamente injusto que só avalia a capacidade dos professores serem bajuladores ou não. Também espero que sejam impedidos de progredir, como aconteceu com os professores que tiveram o azar de serem mais novos...
Também os estou a ver a transitar alunos que não põem os pés na Escola, pois, neste momento, um aluno que esteja matriculado já passou de ano... Vão aperceber-se de que a responsabilidade pelo abandono escolar não é dos professores e de que por muito que os professores queiram é impossível conseguir ensinar alunos que raramente aparecem nas aulas e aos quais não se pode marcar faltas, pois estão nos cursos de CEF.
Senhores deputados, pensavam que o lugar de deputado era vitalício?
Quando voltarem à escola para aquela que devia ser a profissão que escolheram e que traíram, vão aperceber-se da porcaria que fizeram à escola pública.
Cá vos esperamos... Nós já nos habituámos e vocês vão habituar-se ou meter uma cunha para ir para uma Fundação ganhar dinheiro sem trabalhar?
Até Setembro!
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Vais ao Desfile ou à Manifestação????
-Vais ao Desfile ou à Manifestação????
Foi o que me perguntaram, quando cheguei à escola na quinta-feira…
Depois de estar preparada a maior manifestação de professores de que há memória para o dia 15 de Novembro (escolas inteiras a mobilizarem-se alugando autocarros, com adesões superiores a 80%) e quando já se acreditava que em Janeiro se suspenderia este inexequível modelo de avaliação, pois o PS sabia que sem as famílias dos professores (porque os professores já os perdeu) não obteria a maioria absoluta, os sindicatos dos professores vieram dividir-nos mais um vez, promovendo um desfile (festivo?) para uma semana antes.
É inadmissível que os sindicatos se tenham demarcado do profundo descontentamento dos professores que deveriam representar. Não aproveitaram e boicotaram a união que existia para defender os interesses de uma classe totalmente descontente, ridicularizada, espezinhada e “assaltada” de direitos fundamentais, fazendo um favor à senhora Ministra. Dizem os sindicatos que a manifestação de 15 de Novembro não tem quem negoceie com o governo. É verdade, neste momento, já ninguém defende os professores. Quem os devia defender, divide-os. Todos esperávamos que os sindicatos participassem na manifestação, mas vieram representantes à minha escola dizerem para não irmos???!!!! Ao demarcarem-se dos professores mostraram de que lado estão…
Num momento de fragilidade da senhora ministra (que tinha pedido a demissão ao senhor Primeiro-Ministro, que não a aceitou) deram-lhe a mão e assinaram um “entendimento” que reconhecia:
a) a divisão da classe em professor titular e em “professor subalterno”;
b) a despromoção de mais de dois terços dos professores que até aí podiam ser coordenadores e, agora, não podem;
c) o fim da democracia nas escolas, pois o coordenador deixou de ser eleito pelos seus pares para ser escolhido por um director;
d) a perda do tempo de serviço congelado (ao contrário do que aconteceu nas ilhas que fazem parte da República Portuguesa);
e) este burocrático, injusto, incompreensível, economicista e louco modelo de avaliação;
f) a impossibilidade dos professores votarem para escolherem o director;
g) as injustas quotas.;
h) as reposições de aulas, mesmo quando os professores tenham faltado em serviço oficial ou por nojo.
Em troca, ganharam o adiamento deste complicado modelo de (des)avaliação por três meses, substituindo-o por um modelo de avaliação simplificado, que deveria ser o modelo efectivamente adoptado (depois de alguns ajustes para combater as injustiças que se verificaram por ainda não estarem definidas as quotas).
Com negociadores destes, mais vale não ter negociadores…
O senhor Primeiro-Ministro disse que o Carlos César era o melhor político português; possivelmente, por uma única vez, tem razão, porque esse político não deixou que o despótico e divisionista Estatuto da Carreira Docente que está em vigor no continente fosse adoptado no seu arquipélago nem permitiu que o tempo de serviço fosse descontado aos professores….
O que responder à pergunta que me formularam?
Normalmente responderia “Vou a quem me convidou primeiro…”, mas eu respondi:
-Claro que vou a ambas, pois não podemos deixar que nos dividam! Estou tão revoltado que vou a todos os desfiles e manifestações que mostrem o descontentamento dos professores em relação ao fim do ensino sério em Portugal e às injustiças que são cometidas diariamente nas nossas escolas. A sociedade tem de acordar!
Depois de semanas em que entro na escola diariamente antes das 9 horas e saio depois das 21 (em aulas, reuniões de alunos que ultrapassam o limite de faltas e formações), sacrificarei a minha família em dois (ou mais) fins-de-semana, mas vou a todas!!! Eu sei que a minha família vai compreender…
A União faz a força!!!
Foi o que me perguntaram, quando cheguei à escola na quinta-feira…
Depois de estar preparada a maior manifestação de professores de que há memória para o dia 15 de Novembro (escolas inteiras a mobilizarem-se alugando autocarros, com adesões superiores a 80%) e quando já se acreditava que em Janeiro se suspenderia este inexequível modelo de avaliação, pois o PS sabia que sem as famílias dos professores (porque os professores já os perdeu) não obteria a maioria absoluta, os sindicatos dos professores vieram dividir-nos mais um vez, promovendo um desfile (festivo?) para uma semana antes.
É inadmissível que os sindicatos se tenham demarcado do profundo descontentamento dos professores que deveriam representar. Não aproveitaram e boicotaram a união que existia para defender os interesses de uma classe totalmente descontente, ridicularizada, espezinhada e “assaltada” de direitos fundamentais, fazendo um favor à senhora Ministra. Dizem os sindicatos que a manifestação de 15 de Novembro não tem quem negoceie com o governo. É verdade, neste momento, já ninguém defende os professores. Quem os devia defender, divide-os. Todos esperávamos que os sindicatos participassem na manifestação, mas vieram representantes à minha escola dizerem para não irmos???!!!! Ao demarcarem-se dos professores mostraram de que lado estão…
Num momento de fragilidade da senhora ministra (que tinha pedido a demissão ao senhor Primeiro-Ministro, que não a aceitou) deram-lhe a mão e assinaram um “entendimento” que reconhecia:
a) a divisão da classe em professor titular e em “professor subalterno”;
b) a despromoção de mais de dois terços dos professores que até aí podiam ser coordenadores e, agora, não podem;
c) o fim da democracia nas escolas, pois o coordenador deixou de ser eleito pelos seus pares para ser escolhido por um director;
d) a perda do tempo de serviço congelado (ao contrário do que aconteceu nas ilhas que fazem parte da República Portuguesa);
e) este burocrático, injusto, incompreensível, economicista e louco modelo de avaliação;
f) a impossibilidade dos professores votarem para escolherem o director;
g) as injustas quotas.;
h) as reposições de aulas, mesmo quando os professores tenham faltado em serviço oficial ou por nojo.
Em troca, ganharam o adiamento deste complicado modelo de (des)avaliação por três meses, substituindo-o por um modelo de avaliação simplificado, que deveria ser o modelo efectivamente adoptado (depois de alguns ajustes para combater as injustiças que se verificaram por ainda não estarem definidas as quotas).
Com negociadores destes, mais vale não ter negociadores…
O senhor Primeiro-Ministro disse que o Carlos César era o melhor político português; possivelmente, por uma única vez, tem razão, porque esse político não deixou que o despótico e divisionista Estatuto da Carreira Docente que está em vigor no continente fosse adoptado no seu arquipélago nem permitiu que o tempo de serviço fosse descontado aos professores….
O que responder à pergunta que me formularam?
Normalmente responderia “Vou a quem me convidou primeiro…”, mas eu respondi:
-Claro que vou a ambas, pois não podemos deixar que nos dividam! Estou tão revoltado que vou a todos os desfiles e manifestações que mostrem o descontentamento dos professores em relação ao fim do ensino sério em Portugal e às injustiças que são cometidas diariamente nas nossas escolas. A sociedade tem de acordar!
Depois de semanas em que entro na escola diariamente antes das 9 horas e saio depois das 21 (em aulas, reuniões de alunos que ultrapassam o limite de faltas e formações), sacrificarei a minha família em dois (ou mais) fins-de-semana, mas vou a todas!!! Eu sei que a minha família vai compreender…
A União faz a força!!!
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sábado, 4 de outubro de 2008
Está na hora de gritar!
É tempo de dizer basta!
É tempo de dizer chega!
Corte-se o arame à mordaça
Corra a voz e encha a praça
Antes que a noite aniquile
Sem piedade e sem dó
A alegria que a traça
Espalhou como carraça
Na alma desfeita em pó.
É tempo de ver raiar
Já basta de noite tanta!
Raie o sol que nos espanta
Solte-se a voz na garganta
Que a hora chama por nós.
Venha D. Sebastião
Sem bruma e sem nevoeiro
Venham Camões e Pessoa
Acorramos a Lisboa
Na voz do Tejo em canoa
Que o Tejo chama por nós.
"Vamos todos de mãos dadas"
Com as lembranças da cidade
Que foi Templo e que foi rosto
De arrojo e intrepidez.
Vamos todos outra vez.
Vamos cumprir Portugal
Cumprir Camões e Pessoa
Acorramos a Lisboa
Que o Tejo Chama por nós.
Digamos com força tanta
Sem mordaça na garganta
Que chega de humilhação
Queremos EDUCAÇÃO!
Professores deste país
Vamos cumprir a raiz!
Vamos cumprir nosso Tejo
Na rua ou na nossa praça
Com a força de Lisboa
E a voz de uma canoa.
Professores deste país
A memória reclama
Acendei dos avós a chama
Que a Índia chama por nós.
Maria Isabel Fidalgo
É tempo de dizer chega!
Corte-se o arame à mordaça
Corra a voz e encha a praça
Antes que a noite aniquile
Sem piedade e sem dó
A alegria que a traça
Espalhou como carraça
Na alma desfeita em pó.
É tempo de ver raiar
Já basta de noite tanta!
Raie o sol que nos espanta
Solte-se a voz na garganta
Que a hora chama por nós.
Venha D. Sebastião
Sem bruma e sem nevoeiro
Venham Camões e Pessoa
Acorramos a Lisboa
Na voz do Tejo em canoa
Que o Tejo chama por nós.
"Vamos todos de mãos dadas"
Com as lembranças da cidade
Que foi Templo e que foi rosto
De arrojo e intrepidez.
Vamos todos outra vez.
Vamos cumprir Portugal
Cumprir Camões e Pessoa
Acorramos a Lisboa
Que o Tejo Chama por nós.
Digamos com força tanta
Sem mordaça na garganta
Que chega de humilhação
Queremos EDUCAÇÃO!
Professores deste país
Vamos cumprir a raiz!
Vamos cumprir nosso Tejo
Na rua ou na nossa praça
Com a força de Lisboa
E a voz de uma canoa.
Professores deste país
A memória reclama
Acendei dos avós a chama
Que a Índia chama por nós.
Maria Isabel Fidalgo
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Acabou a Democracia!
Acabou a democracia nas escolas com o novo “REGIME JURÍDICO DE AUTONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DOS ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR E DOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO”.
Foi criado o cargo de “Director” que, ao contrário do que acontecia com os Presidentes do Conselho Executivo, não será eleito pela comunidade escolar, mas sim designado por um Conselho Geral, em que os representantes dos professores e do pessoal não docente estarão em minoria e os representantes da autarquia terão um poder excessivo. Representantes da autarquia que faltam às reuniões da Assembleia Municipal e que fogem para o Brasil! É este o exemplo de dignidade e ética que o governo quer mostrar à comunidade escolar? Os coordenadores de departamento, que até agora eram eleitos, também serão nomeados por esse Director, num compadrio de interesses.
Qual será a intenção do governo ao acabar com a democracia nas escolas?
Em primeiro lugar, pretende abafar ainda mais os professores;
Em segundo, deseja oficializar a “cunha” (sabemos perfeitamente como o Primeiro-Ministro concluiu o seu curso a um domingo à tarde e como foi ajudado pelo ex-Presidente da República, ao dissolver a Assembleia da República e ao convocar eleições antecipadas);
Em terceiro, pretende que o Director seja nomeado politicamente para melhor controlar os professores e despedir os que têm espírito crítico e que dizem as verdades sobre os governantes.
Uma prova do que foi referido anteriormente é o seguinte excerto do artigo 13.º do novo regime jurídico:
“1 – Ao Conselho Geral compete:
a) Eleger o respectivo presidente, de entre os representantes das autarquias, dos pais e encarregados de educação ou da comunidade local;”
Esta alínea inconstitucional inviabiliza que um professor ou um auxiliar da acção educativa seja eleito presidente do Conselho Geral. A democracia implica que todos possam ser eleitos para qualquer cargo e a impossibilidade dos professores e funcionários da escola serem eleitos presidentes do referido órgão é uma prova de que já não há democracia ou de que os professores, para este governo, são idênticos aos escravos da Grécia Antiga que não tinham direito a voto. Era como se o governo decretasse que os professores não podiam ser eleitos presidentes de junta, de câmara ou da república. É claro que os juízes do Tribunal Constitucional, que são nomeados pelo governo, não se importem com estes atropelos à Constituição, pois têm de pagar o “frete” a quem os escolheu. Os sindicatos mantêm-se em silêncio, pois os seus dirigentes também almejam favores do governo…
Se calhar quer impedir os professores de exercer o seu direito de cidadania, porque eles têm alguma instrução e podem aperceber-se do mal que este governo está a fazer às gerações futuras, pretendendo criar uma sociedade em que os absentistas, fugitivos e indisciplinados serão sempre premiados.
Este novo regime não vem melhorar nada nas escolas. O governo continua a esquecer-se de reduzir o número de alunos por turma, que seria o primeiro passo para melhorar o ensino em Portugal. Todas as outras medidas só servem para mascarar o insucesso das políticas do governo.
Jorge Almeida
Foi criado o cargo de “Director” que, ao contrário do que acontecia com os Presidentes do Conselho Executivo, não será eleito pela comunidade escolar, mas sim designado por um Conselho Geral, em que os representantes dos professores e do pessoal não docente estarão em minoria e os representantes da autarquia terão um poder excessivo. Representantes da autarquia que faltam às reuniões da Assembleia Municipal e que fogem para o Brasil! É este o exemplo de dignidade e ética que o governo quer mostrar à comunidade escolar? Os coordenadores de departamento, que até agora eram eleitos, também serão nomeados por esse Director, num compadrio de interesses.
Qual será a intenção do governo ao acabar com a democracia nas escolas?
Em primeiro lugar, pretende abafar ainda mais os professores;
Em segundo, deseja oficializar a “cunha” (sabemos perfeitamente como o Primeiro-Ministro concluiu o seu curso a um domingo à tarde e como foi ajudado pelo ex-Presidente da República, ao dissolver a Assembleia da República e ao convocar eleições antecipadas);
Em terceiro, pretende que o Director seja nomeado politicamente para melhor controlar os professores e despedir os que têm espírito crítico e que dizem as verdades sobre os governantes.
Uma prova do que foi referido anteriormente é o seguinte excerto do artigo 13.º do novo regime jurídico:
“1 – Ao Conselho Geral compete:
a) Eleger o respectivo presidente, de entre os representantes das autarquias, dos pais e encarregados de educação ou da comunidade local;”
Esta alínea inconstitucional inviabiliza que um professor ou um auxiliar da acção educativa seja eleito presidente do Conselho Geral. A democracia implica que todos possam ser eleitos para qualquer cargo e a impossibilidade dos professores e funcionários da escola serem eleitos presidentes do referido órgão é uma prova de que já não há democracia ou de que os professores, para este governo, são idênticos aos escravos da Grécia Antiga que não tinham direito a voto. Era como se o governo decretasse que os professores não podiam ser eleitos presidentes de junta, de câmara ou da república. É claro que os juízes do Tribunal Constitucional, que são nomeados pelo governo, não se importem com estes atropelos à Constituição, pois têm de pagar o “frete” a quem os escolheu. Os sindicatos mantêm-se em silêncio, pois os seus dirigentes também almejam favores do governo…
Se calhar quer impedir os professores de exercer o seu direito de cidadania, porque eles têm alguma instrução e podem aperceber-se do mal que este governo está a fazer às gerações futuras, pretendendo criar uma sociedade em que os absentistas, fugitivos e indisciplinados serão sempre premiados.
Este novo regime não vem melhorar nada nas escolas. O governo continua a esquecer-se de reduzir o número de alunos por turma, que seria o primeiro passo para melhorar o ensino em Portugal. Todas as outras medidas só servem para mascarar o insucesso das políticas do governo.
Jorge Almeida
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