Espírito crítico

"Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero. "
(Pierre Beaumarchais)

"Quem se enfada pelas críticas, reconhece que as tenha merecido."
(Tácito)

"Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos."
(Ayaan Hirsi Ali)


"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar."
(Abraham Lincoln)

sábado, 31 de janeiro de 2009

Acabar com a guerra na Educação

Os professores estão a criar um fundo para mudar a opinião do Senhor Primeiro-Ministro.Se cada um dos mais de 100 mil professores que estiveram nas duas manifestações nacionais contribuir com 40 € (menos do que uma greve), conseguir-se-ão mais de 4 milhões de euros que chegarão para acabar com a divisão na carreira e com as quotas. O mais dificil será encontrar alguém para marcar a reunião... Se os ministros lhe ofereceram um fato, ofereçamos-lhe as luvas... "Foi um prazer trabalhar consigo..."Quem estará de saída?Ou terá sido um erro de utilização do tempo verbal?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Anti-Rodriguismo - Novo Movimento Literário

ANTI-RODRIGUISMO ou A NOVA POESIA PORTUGUESA
(Movimento poético iniciado no longínquo ano da graça de 2008 por um grupo de 150 000 professores, cujo objectivo único era a exaltação das qualidades intrínsecas da então ministra da (des)educação -- Maria de Lurdes RODRIGUES.) Seguem-se 5 poemas ilustrativos deste movimento.

Fernando Pessoa - Autopsicografia

A Lurdinhas é uma fingidora.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é amor
Pela escola que ela sente.

E os que a ouvem com ar infeliz
Na televisão sentem bem,
Não o amor que ela diz,
Mas só o ódio que ela tem.

E assim nas calhas da vida
Gira, a corromper a nação,
Esse combóio de corda
Que se chama (des)Educação.

Fernando Pessoa - GOVERNO PORTUGUÊS
Ó governo salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por votarmos em ti, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas reuniões tivemos que fazer!
Quantos papéis tivemos que preencher!
Valeu a pena? Nada vale a pena
Se a ministra é pequena.

Quem quer passar a doutor
Tem que passar além da dor.
Deus à escola o trabalho e o sacrifício deu,
Mas nela é que espelhou o céu.

Augusto Gil - BALADA DA SINISTRA

Bate leve, levemente,
A ministra da educação.
Será cega? Será doente?
Surda é certamente,
Pois não ouve a Nação.

Quem bate, assim, levemente,
com tão sinistra certeza,
que não ouve, que não sente?
Não é anjo, nem é gente,
deve ser bicho, com certeza.

Fui ver. A tristeza caía
do inferno, não do céu,
na nossa escola agora fria.
- Há quanto tempo a não via!
Nem tinha saudades, Deus meu!

E uma infinita tristeza,
uma grande perturbação entra em nós,
fica em nós presa.
Cai neve na Natureza -
e cai no nosso coração.

Bocage - Retrato da Sinistra

Baixa, de olhos ruins, amarelenta,
Usando só de raiva e de impostura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Um mar de fel, malvada e quezilenta ;

Arzinho confrangido que atormenta,
Sempre infeliz e de má catadura,
Mui perto de perder a compostura,
É cruel, mentirosa e rabugenta.

Rosto fechado, o gesto de fuinha,
Voz de lamento e ar de coitadinha,
Com pinta de raposa assustadinha,
É só veneno, a ditadorazinha.

Se não sabes quem é, dou-te uma pista:
Prepotente, mui gélida e sinistra,A
marga, matreira e intriguista,
É autoritária... e é MINISTRA.



Camões - Soneto à sinistra

Alma mesquinha e vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.

Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.

Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:

Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!

sábado, 24 de janeiro de 2009

As razões dos professores

Tipo uma alegoria, de mau gosto e um bocado sexista, é verdade...
Dedicado a todos os que não percebem por que razão é que os professores não se aquietam, depois de o Ministério da Educação já ter cedido (atenção que está em itálico, estou, neste momento, a piscar muito o olho, ok?). Dedicado a todos os professores que se têm calado de cada vez que levam um empurrão.

Era uma vez um homem que tinha um patrão. Um dia, o patrão resolveu começar a ignorar as leis laborais ou, pelo menos, as do bom senso. Começou por impor que passaria a dar ao empregado – conhecido anteriormente por "um homem que tinha um patrão" – um empurrão por dia. Não é que o empregado tenha gostado da ideia, esboçou um protesto, mas pensou "Um empurrão não é grave, pronto!". Havia dias em que o empregado até chegava a achar graça e lá ia produzindo o que tinha a produzir.No mês seguinte, o patrão pensou, pensou, pensou e decidiu acrescentar ao empurrão um beliscão igualmente diário. O empregado voltou a não achar graça, chegou mesmo a dizer que isso até podia afectar a produtividade. O problema é que patrão é patrão e não convém dizer que não. Assim, o empregado lá foi aguentando. Teve alguns problemas em casa para explicar à mulher a origem daquela marca de beliscão e só não acrescentamos um divórcio à história porque não interessa à alegoria propriamente dita.
Passado mais um mês, o patrão, depois de muito matutar, decidiu que devia acrescentar ao empurrão e ao beliscão uma cotovelada no diafragma. Aí, o empregado começou a levantar a voz, até porque uma cotovelada já é uma dor significativa e no diafragma chega mesmo a dificultar a respiração, podendo ser mais um factor de baixa de produtividade. Nada demoveu o patrão. "Era o que faltava!", dizia ele, cofiando o longo bigode dos patrões das alegorias, "Daqui a bocado, isto era uma democracia a sério em que andávamos a ouvir a opinião dos trabalhadores!"
Um mês depois, o patrão, tendo cogitado mais um bocado, decidiu que era tempo de começar a incluir no rol dos "incentivos", como lhes chamava sem se rir, a bofetada. O empregado continuou a trabalhar, mas, estranhamente, já não sentia o mesmo prazer e chegou a queixar-se a alguns amigos de outras empresas. O problema era que, nas outras empresas, alguns patrões já há muito que tinham passado a fase da bofetada e alguns já iam na serra eléctrica ou no picador de gelo. Por isso, alguns amigos diziam ao empregado: "Tens é muita sorte, não sabes o que é bom! Havias de ter um picador de gelo nas costas todos os dias para veres como uma bofetada é uma coisa maravilhosa! Quem me dera a mim levar bofetadas de hora a hora!"
Quando chegou o dia em que o patrão determinou que o empregado também ia passar a levar um pontapé nos testículos, foi uma gritaria lá na empresa e o empregado nunca mais parou de reivindicar, aproveitando os sábados para marchar em protesto contra o empurrão, o beliscão, a cotovelada no diafragma, a bofetada e o pontapé nos testículos. Para além disso, deu-lhe para fazer greve.
O patrão começou a ficar preocupado com a reacção do empregado e até chegou a pedir-lhe desculpa, mas, como muitos patrões de tantas alegorias, pensava que, por um lado, não podia voltar atrás, embora, por outro, estivesse com um bocado de medo de perder o controlo da situação. Foi então que, pondo o ar magnânimo e paciente de todos os patrões, se lembrou de propor o seguinte: não havia mais empurrão nem beliscão durante um ano e não se falava mais nisso. Fez esta proposta de maneira a que toda a gente na aldeia pudesse ouvir.
Mas não é que o empregado nem assim se aquietou nos seus protestos? Os amigos falavam com ele e não percebiam por que razão o nosso herói continuava tão abespinhado, se o patrão já tinha cedido tanto. Alguns chegaram mesmo a dizer-lhe que ele não queria era trabalhar, que era um malandro, um privilegiado sem vergonha. Foi aí que o empregado se apercebeu da verdadeira importância de ter testículos e nunca mais se calou.

Fernando Nabais

domingo, 4 de janeiro de 2009

A Lama de Pombeiro

Quero protestar contra o estado do adro do Mosteiro de Pombeiro, em Felgueiras. A Sr.ª Presidente de Câmara de Felgueiras mandou fazer obras no exterior do Mosteiro e, depois de concluídas, para espanto de todos, não calcetou o adro. Agora, quando chove, é um lamaçal tão grande, que os pais das crianças que lá andam na catequese têm de as transportar ao colo para que elas não fiquem atoladas em lama até aos joelhos. Para verificarem a situação, aconselho-vos a visitarem o belo Mosteiro num sábado ou domingo chuvoso, parece um pântano.
Na mesma freguesia, Pombeiro de Ribavizela, há um caminho muito estreito que liga o lugar da Trofa ao do Outeiro, em que transitam centenas de carros diariamente e crianças que vão ou vêm da escola do 1.º Ciclo que fica próxima, sem passeio, e em que os espelhos dos automóveis passam a escassos centímetros das cabeças das crianças que caminham junto a um precipício com cerca de três metros de profundidade sem qualquer protecção.
Além disso, as pessoas são obrigadas a pagar a baixada da água (300 € ) para pedirem a licença de habitabilidade, mas a Câmara não lhes liga a água nem devolve o dinheiro, referindo que os tubos estão a mais de 500m), o que é uma forma de obter dinheiro indevidamente…
Isto é o que se passa em Felgueiras…

Motivos para os Senhores Deputados votarem a suspensão deste modelo de avaliação

A Senhora Ministra já considerou burocrático e injusto o modelo de avaliação que teima em aplicar aos professores para tentar salvar a face. Se compararmos as duas simplificações criadas pela ministra com o Estatuto da Carreira Docente aprovado pela Assembleia da República, vemos que nada têm a ver. Será que em Democracia uma Ministra tem o poder de alterar Leis aprovadas pela Assembleia da República? Será que os professores merecem ser tratados como cobaias e prejudicados na sua carreira pelo capricho de uma Ministra?
As razões para inviabilizar este modelo de avaliação no dia 8 de Janeiro, mesmo com as simplificações, são as seguintes:
a) Se vários docentes reunirem condições para obterem "Excelente" e só um puder ter, os outros são vítimas de injustiça não só na sua progressão, mas também para efeitos de concurso e de colocação.
b) Há critérios diferentes de escola para escola: em algumas escolas poderá ser muito mais fácil obter "Excelente" do que noutras, o que vai criar injustiças nos concursos a nível nacional.
c) É um modelo que fomenta os compadrios.
d) Mesmo que um professor obtenha sempre "Excelente", se não existirem vagas para passar a titular ficará impedido de progredir.
e) Para quê insistir num modelo remendado, se a senhora Ministra já referiu que no próximo ano haverá outro? Quem lucrará com a instabilidade que se vive na escola pública?
f) Se nos Açores não há a categoria de Professor titular e os avaliadores são eleitos entre os seus pares, por que existem titulares no Continente?
g) Suspender o Modelo de Avaliação seria dar a mão à senhora Ministra que assim salvaria a face, deixando cair este modelo importado do Chile por imposição do parlamento e não dos sindicatos.
h) Criar um clima favorável à discussão de um novo aceite pelas partes.
i) É urgente rever o Estatuto da Carreira Docente, pois o modelo simplificado nada tem a ver com essa Lei aprovada pela Assembleia da República.
j) A disciplina partidária que impede os Deputados de votarem livremente é uma violação da democracia.
k) Os professores são pessoas e não cobaias nem armas de luta política.
Uma sociedade que não valoriza os professores é uma sociedade que caminha para a autodestruição.