Espírito crítico

"Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero. "
(Pierre Beaumarchais)

"Quem se enfada pelas críticas, reconhece que as tenha merecido."
(Tácito)

"Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos."
(Ayaan Hirsi Ali)


"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar."
(Abraham Lincoln)

domingo, 28 de dezembro de 2008

As Mentiras de Sócrates

As Mentiras de SócratesNa sua obsessão pela mentira, Sócrates não descansa.Tudo começou quando quis que o tratassem por "engenheiro" antes de o ser. Depois, desenvolveu a sua capacidade, dizendo que fazia projectos gratuitos, porque tinha assinado um contrato de exclusividade e não queria declarar as remunerações ao fisco.Na campanha eleitoral, referiu que não aumentava os impostos nem a idade da reforma e que não lançava portagens nas SCUT. Ainda foi mais longe e comprometeu-se a criar 150 mil postos de trabalho e a promover um referendo à Constituição Europeia.Como Primeiro-Ministro, disse que os professores nunca tinham sido avaliados, esquecendo-se que tinha sido ele a acabar com a avaliação dos professores para os impedir de progredir.Depois de ter criado uma Lei que impedia as pessoas de fumarem em espaços fechados, foi apanhado a fumar num avião. Lá veio mais uma mentira: disse que desconhecia a Lei.Como mentir se tornou um vício, lembrou-se de começar a dizer que o Computador "Magalhães" era inteiramente fabricado em Portugal, quando toda a gente sabe que os seus componentes são importados. Também podia referir que os automóveis Toyota e BMW são fabricados em Portugal na fábrica Salvador Caetano de Ovar e começar a oferecê-los a todos os Portugueses, a baixo custo.De seguida, começou a aparecer na televisão a oferecer computadores a crianças que depois tinham de ser devolvidos para ir fazer propaganda para outro sítio. Ainda bem que não é possível mudar estradas nem hospitais de sítio, caso contrário o Primeiro-Ministro andaria a inaugurar a mesma auto-estrada e o mesmo hospital por todo o país!Para coroar a árvore de Natal das mentiras, lembrou-se de dizer que tinha sido o responsável por baixar o preço do petróleo e as taxas de juro da habitação indexadas à Euribor. Logo os seus ajudantes Silva Pereira e Teixeira dos Santos vieram confirmar a mentira. Grandes economistas! Por alguma razão o nosso Ministro das Finanças foi considerado o pior ministro da União Europeia. Estas conquistas não se conseguem sem algum (de)mérito. Sarkozy, Brown e Merkel devem roer-se de inveja do poder do nosso Engenheiro!Quando foi acusado de ter recebido "luvas" no caso Freeport, primeiro disse que não tinha tido nenhuma reunião com os responsáveis, depois disse que, se tinha tido, não se lembrava, e, finalmente, referiu que teve uma reunião com o Pedro, mas que, se o visse na rua, não o conheceria.Na próxima campanha eleitoral, como pensa que os Portugueses são estúpidos, vai anunciar que foi o inventor do computador, do automóvel e mesmo da roda. Também vai dizer que terminou a Segunda Guerra Mundial e, quem sabe, se não foi ele quem criou o Universo. Há quem acredite que, antes do fim do mundo e do regresso de Cristo à Terra, o Diabo tomaria conta das nações. Não sei se é verdade, só tenho a certeza de que já tomou conta de Portugal.A falta de carácter e de vergonha tem limites… Vamos acordar do canto da sereia e correr com este senhor!

sábado, 27 de dezembro de 2008

PS de Sócrates – um partido de direita ou de esquerda?

Num dos seus comícios, o Primeiro-Ministro disse que o PS é o “verdadeiro Partido Popular de Esquerda”, uma designação antitética, mas com algum sentido. A designação de “Partido Popular” tão cara ao Paulo Portas e à direita espanhola serve para captar os votos à direita. O próximo passo de José Sócrates é pedir ao Partido Popular Europeu a entrada dos deputados europeus do seu PS, que será logicamente aceite pois estará de acordo com as políticas seguidas pelo seu governo. O que me parece mais estranho é a utilização do complemento determinativo “de esquerda”. Talvez tenha sido uma necessidade de aglutinar algum eleitorado de esquerda ou uma tentativa de tentar fazer passar uma mentira que tantas vezes dita, se torne verdade aos olhos da opinião pública…
Este PS “Socretino” é um partido de direita, porque:
a) financia os bancos, que cobram juros e comissões elevadíssimas aos seus clientes;
b) impõe portagens em estradas (sem alternativas) construídas por outros governos para financiar empresas onde coloca os seus correligionários, obrigando os trabalhadores a pagarem portagens para se dirigirem para os seus empregos;
c) reduz o poder de compra dos trabalhadores, prevendo valores da inflação inferiores aos reais;
d) impede a progressão na carreira aos seus funcionários;
e) destrói a escola pública, obrigando os pais que querem que os seus filhos aprendam a colocá-los em colégios privados;
f) envia agentes policiais a instalações dos sindicatos em vésperas de greves e de manifestações;
g) tenta aprovar um código de trabalho que viola os direitos dos trabalhadores;
h) não consegue dialogar com os sindicatos;
i) governa em função dos números e não das pessoas;
j) ultrapassa todos os limites de populismo ao chamar a si a responsabilidade da baixa das taxas de juro;
k) valoriza a posição social e os títulos ao apelidar-se de “Engenheiro” sem o ser nem estar inscrito na ordem.
Uma vez que este governo de direita ocupou o espaço do PSD, este partido não sabe se há-de fazer oposição à direita ou à esquerda, entrando numa profunda crise de identidade. Assim, havendo em Portugal três partidos de direita ou de centro-direita e nenhum de centro-esquerda, é necessário que se crie uma alternativa nesse espaço político. Desde que o populismo chegou à liderança do PS, o Bloco de Esquerda e a CDU tem aumentado o número de possíveis eleitores, mas ainda há eleitores de centro-esquerda que terão algum receio em votar nesses partidos e ainda não os vêem como alternativas de poder. Assim, torna-se indispensável que surja um novo movimento com credibilidade que se afirme como alternativa a este governo. Estando a direita dividida em três partidos (CDS, PS e PSD), é fácil conseguir obter mais votos do que qualquer um dos três, se esse movimento ocupar o órfão espaço de centro-esquerda. Neste momento, Manuel Alegre e Helena Roseta são personalidades que podem dar credibilidade e rosto a um movimento que se preocupe com as pessoas.


É urgente agir!!!
salvarescola@gmail.com

Dê-me uma boa nota ou leva um tiro!



O caso da ameaça à mão armada a uma professora na Escola do Cerco fez-me mais impressão pelas reacções. O Conselho Executivo e a DREN consideraram uma “brincadeira de mau gosto” de alunos que até têm boas notas. Ainda bem que a Ministra da Educação teve mais bom senso, talvez por estar ausente, e não disse esse disparate... A professora também terá considerado uma brincadeira, certamente porque tem de levar o automóvel todos os dias para a escola, enfrentar esses alunos até ao final do ano e, ao não sentir o apoio nem do CE nem da DREN, uma vez que não tem subsídio para pintura nem para pneus, teve de alinhar no branqueamento da situação. Dentro de uma sala de aula, um aluno de 16 anos apontar uma arma a uma professora e outro ameaçá-la a soco (cobrindo a cabeça com um capuz) é considerado uma brincadeira? Quando estes alunos forem assaltar um banco, se a arma for de plástico, também será considerado uma brincadeira pelo tribunal? A Directora Regional de Educação do Norte tem feito tantas “brincadeiras” que já devia ter percebido que tem idade para ir embora, pois os professores não são as criancinhas de quem ela era educadora antes de se dedicar à política. Se tem saudades de brincar com as criancinhas, volte à docência!
Ah! Já sei o que se passa! Como o Ministério da Educação tem ameaçado os professores de os torturar com um modelo de avaliação que a Senhora Ministra já considerou burocrático e injusto, também permite que os professores sejam tratados como presas de caça… Certamente, no final do ano, estes alunos ainda vão para o quadro de mérito e o senhor Engenheiro vai entregar-lhes o prémio!
Depois, tentou desviar-se as atenções para o telemóvel que filmou… Aqui o telemóvel até foi útil. Se não se tivesse filmado e divulgado a ameaça, a situação passaria totalmente impune. A professora já tinha comunicado o caso ao Conselho Executivo, que só agiu a reboque da comunicação social. Diariamente, passam-se situações semelhantes nas escolas do país, mas, como ninguém as filma, não há punição.
É um país que tem de ver para querer!
salvarescola@gmail.com

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Caiu a Máscara

Finalmente, este ministério tirou a máscara por completo. O Sr. Secretário de Estado Valter Lemos disse que a greve de mais de 90% dos professores não foi um sucesso, porque as escolas estavam abertas. Ficámos todos a saber que as escolas funcionam bem sem professores e sem alunos, porque foi isso que aconteceu. Para este ministério, já não basta o sucesso fictício, é preciso ainda que os alunos não aprendam nada, porque, se começarem a pensar, podem voltar a manifestar-se contra a Senhora Ministra.
As escolas estavam abertas, Sr. Valter Lemos, porque os professores não precisaram de fechar as escolas para que quase todos fizessem greve…
O Sr. Primeiro-Ministro tem mesmo de substituir esta gente que sempre que abre a boca convence mais mil professores a fazer greve… a não ser que o objectivo seja que todos os professores façam greve para reduzir o deficit.

domingo, 30 de novembro de 2008

A Lição dos Professores

Quando este governo tomou posse, deram-lhe um estado de graça, que ele aproveitou para:- Aumentar o IVA, mesmo depois de ter prometido que não aumentaria impostos;- Aumentar a idade da reforma, apesar de ter prometido que o não faria;- Congelar as carreiras de alguns sectores da Função Pública.O povo continuou adormecido.Depois, provou-se que o Primeiro-Ministro falsificou documentos da Assembleia da República para que o tratassem por Engenheiro, que tirou um curso de Engenharia sem ir às aulas, enviando trabalhos por fax, e que, enquanto recebia um subsídio de exclusividade, assinava projectos.O povo mostrou-se indiferente, achando que, se ele queria que o tratassem por Engenheiro, era lá com ele.De seguida, decidiu fechar escolas e urgências; a população começou a despertar e o ministro da saúde foi demitido, mas a política continuou.Posteriormente, vieram as aulas de substituição gratuitas e a responsabilização dos professores pelo insucesso dos alunos.Os professores acordaram e os tribunais deram-lhes razão na ilegalidade das aulas de substituição não remuneradas.Depois veio o Estatuto da Carreira Docente, que dividia os professores em duas categorias, sem qualquer análise de mérito, e impedia que dois terços dos professores atingissem o topo da carreira. Os professores ficaram atordoados e a Ministra aproveitou para esticar a corda ainda mais, tratando os docentes por "professorzecos" e criando um modelo de avaliação que ela própria considerou "burocrático, injusto e inexequível" e que prejudica os professores que faltassem por nojo, licença de paternidade, greve ou doença.Aí os professores indignaram-se e vieram para a rua. O Governo e os sindicatos admiraram-se com a revolta dos professores e apressaram-se a firmar um entendimento que adiava a avaliação.No ano lectivo seguinte, os professores foram torturados com o suplício de pôr a andar um monstro, cavando a sua própria sepultura. Em todas as escolas, começou a verificar-se que esse monstro não tinha pernas para andar. Os professores começaram a pedir a suspensão do processo e marcaram uma manifestação para o dia 15 de Novembro. Os sindicatos viram o descontentamento geral e marcaram outra manifestação para o dia 8 de Novembro.Os professores mobilizaram-se e a Ministra tremeu… Os alunos aprenderam com os professores o direito à indignação e aperceberam-se de que o seu estatuto também era injusto, porque penalizava as faltas por doença, e começaram a manifestar-se. A Ministra percebeu que tinha de aliar-se aos alunos e cedeu nas faltas, culpando os professores pela interpretação da lei. Conseguiu mesmo alterar sozinha uma lei aprovada pela Assembleia da República perante os mudos parlamentares. O ambiente na Escola tornou-se tão insustentável que a Ministra deixou de ter coragem de visitar escolas. Então, decidiu alterar novamente o seu modelo, sem o acordo de ninguém, pois só ela não entende que está a mais no Governo, defendendo um modelo que sabe que é errado, só para não dar o braço a torcer (lembrando a teimosia de Paulo Bento que, para afirmar o seu poder, prefere perder). Se fizesse uma auto-avaliação, percebia que está tão isolada que até o representante das associações de pais, aliado de outras batalhas, tomou consciência do que estava em causa. Agora, o Secretário de Estado Adjunto vem dizer que a Lei é para cumprir. Mas qual Lei? A da Ministra que não respeita os tribunais, que altera as leis da Assembleia da República a seu belo prazer, que manda repetir exames, mesmo sabendo que é inconstitucional, que penaliza os professores pelo direito à greve e às faltas por nojo, por doença ou por licença de paternidade?Quem deixou de cumprir a Lei foi a Ministra e o Governo. Lembram-se de alguém que fumou ilegalmente num avião, afirmando que desconhecia uma Lei imposta por si? É o mesmo que vem dizer que nem ele está acima da Lei.Ouvi nas notícias que o Primeiro-Ministro se tinha reunido com professores socialistas. Só pode ser mentira, pois, neste momento, não conheço nenhum professor (que dê aulas) que não tenha vergonha de dizer que é socialista...Já que a Comunicação Social está instrumentalizada e não há oposição firme, o povo devia seguir a lição dos professores e manifestar-se:- Contra o elevado preço dos combustíveis, uma vez que o preço do petróleo desceu para um terço do que custava há meses e em Portugal os combustíveis ainda só desceram cerca de 20%;- Contra os elevados salários de gestores de empresas públicas que dão prejuízo;- Contra a entrega de computadores "Magalhães" que depois têm de ser devolvidos, como quem tira doces a crianças;- Contra o financiamento público de bancos que exploram os clientes com elevados juros;- Contra as listas de espera na saúde;- Contra as portagens nas SCUT;- Contra a criminalidade e a insegurança que se vive em Portugal;- Contra as elevadas taxas de desemprego;- Contra o desvio do dinheiro de impostos para o TGV;- Contra as mentiras.Se os Portugueses acordarem e seguirem o exemplo dos professores, os governantes deixarão de se "governar" e passarão a defender o interesse das pessoas."Ao emendar aquilo que precisa de correcção, o bom professor não está a ser rude." Quintiliano

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira na Educação
Carlos Ceia 2008-11-10
Não quero ser titular, só quero ser professor." Será pedir muito a um ministro da Educação, mesmo que seja o mais cego entre os que tudo vêem, que os deixem ser apenas isso, professores?

Porque foi que cegou a Ministra da Educação, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegou, penso que está cega, Cega que vê, Cega que, vendo, não vê.
- Reescrita livre de um passo de Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago
Tentei compreender o que se está a passar no meu país ferido, fui à maior manifestação de sempre na história da educação portuguesa, na condição de professor apenas, sem olhar a estatutos, e sem ir a mando de ninguém a não ser da minha consciência cívica, mesmo que aparentemente esta não seja a minha guerra.
Um cego humilde, mesmo que não quisesse ver podendo ver, demitir-se-ia e pediria desculpa por se ter enganado num modelo de avaliação que tinha por justo, mas que se revelou, nas suas primeiras experiências práticas, um desastre nacional. O cego continua a não querer ver o que vi com os meus próprios olhos e que ele(a) podia também ter visto, se tivesse amor verdadeiro à causa que jurou defender. Assisti, incrédulo, às diversas explicações da Ministra - cega que, vendo, não vê -, dizendo, em delírio mental, que o que via era uma conjuração sindicalista de professores manipuladores sobre professores manipulados. Nenhum professor rejeita a avaliação, mas o discurso do(a) cego(a) que vê e não quer ver aponta sempre o mesmo dedo à falsa repulsa pela avaliação. Esse cego diz que as escolas estão, nesta data, a proceder à avaliação com normalidade, porém há registo de mais de 1500 escolas a contestarem formal e informalmente um modelo que promove a injustiça, a imparcialidade e a divisão.
Diz o(a) cego(a) que os professores só têm de se preocupar com uma ficha de objectivos, por isso não vê como se podem queixar de sobrecarga de actos administrativos. O mérito que se lhe pode reconhecer é o de ter criado um sistema de avaliação que nem no mais complexo processo de Bolonha no mais complexo sistema universitário alguma vez se viu. A ficha única da mentira do(a) cego(a) é uma sinédoque para dizer que, na prática, estamos a falar da elaboração de documentos e respectivas fichas de registo de competências, grelhas de análise e avaliação, porta-fólios, guiões de objectivos individuais, de auto-avaliação, correcção de testes, de trabalhos individuais e de grupo, trabalhos de casa, produção de fichas informativas e formativas, elaboração de fichas de avaliação formativa e sumativa, reuniões intermináveis e inconsequentes, etc. O que fica de fora - a preparação das aulas, a auto-reflexão sobre o que se ensina - é o que mais devia ocupar o professor. A responsabilidade da criação deste professor-escrivão é da Ministra, porque todos os professores se formaram para serem sobretudo educadores e oleiros do conhecimento.
A actual Escola Pública está mais inclinada do que a Capela de Suurhusen: a opção por aulas de substituição está errada, se se obriga um professor de Filosofia, por exemplo, a substituir um professor de Matemática; a introdução do Inglês no 1.º ciclo está errada, se os professores forem subcontratados no mercado livre, sem habilitações adequadas e ensinando um currículo descontextualizado do programa nacional; a promoção do computador Magalhães está errada, se se pede aos professores do Ensino Básico que sirvam de vendedores de propaganda informática, pois são eles que tratam de todos os pormenores da venda do Magalhães, quando deviam estar ocupados a pensar na melhor forma de o usar nas suas aulas; os critérios que nortearam o primeiro concurso de acesso a professor titular estão errados, se valorizam apenas a ocupação de cargos nos últimos sete anos, independentemente de qualquer avaliação da competência pedagógica, científica ou técnica desses professores; a avaliação do desempenho está errada, se estiver condicionada a parâmetros como o sucesso, o abandono escolar e a avaliação atribuída aos alunos (se se queria um modelo alternativo que não envolvesse uma correlação falsa - sucesso escolar dos estudantes = sucesso profissional dos docentes -, então recorria-se ao actual modelo das universidades portuguesas que fazem inquéritos anónimos anuais aos estudantes, por cada disciplina, e, nos casos em que se detectam problemas denunciados pelos estudantes, os professores em causa são convidados, construtivamente, a corrigir o que estiver mal, sem que com isso estejam a comprometer a sua avaliação profissional); se se constrói um modelo de avaliação em que é possível delegar competências, não se faz tábua rasa do código administrativo e se inclui subtilmente num Orçamento de Estado uma correcção duvidosa para legitimar essa delegação de competências; se queremos melhores professores, não se publica uma lei como o Decreto-Lei n.º 43/2007, que promove a iniquidade da formação de base, excluindo arbitrariamente uns licenciados e protegendo outros, sem que ninguém entenda a filosofia do legislador; se se quer promover a avaliação entre pares respeitar a hierarquia das habilitações académicas adquiridas, e não se monta um sistema em que um docente com o grau de doutor ou de mestre pode ser avaliado por docentes com o grau de licenciado; em vez de promover a aquisição de uma maior qualificação dos professores, embora se anuncie isso hipocritamente, não se publica uma Portaria como a n.º 344/2008, que privilegia a aquisição de mestrados e doutoramentos em Ciências da Educação como habilitação adequada a quem se exige que demonstre depois um desempenho excepcional em termos científicos na sua área de especialidade.
Testemunho de um professor: "Por obra e graça do famoso concurso que distingue os melhores e mais experientes, acedi à categoria (?) de titular (de quê não sei). Sou o professor mais novo (na escola, idade, escalão e tempo de serviço) do meu grupo. Não quero ser titular, só quero ser professor." Será pedir muito a um ministro da Educação, mesmo que seja o mais cego entre os que tudo vêem, que os deixem ser apenas isso, professores?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sem Vergonha

Sem vergonha

Depois dos alunos se manifestarem contra o artigo 22º do Estatuto do Aluno, com insultos e ovos, a Senhora Ministra (fingindo não dar o braço a torcer), mesmo depois de ter andado a defender o indefensável, alterou à pressa e por despacho uma Lei (má) aprovada pela Assembleia da República, desrespeitando a Constituição Portuguesa (que para ela não tem valor). Caso a Senhora Ministra ainda não saiba, as Leis aprovadas pela Assembleia da República, que tem o poder legislativo, só podem ser alteradas por esse órgão.
Se os deputados se calarem com esta usurpação do poder, mais vale demitirem-se, pois os ministros podem substituí-los no poder legislativo, quando só deviam ter o poder executivo. Mas, neste “vale tudo” socrático, a Senhora Ministra foi ainda mais longe, culpando as Escolas da sua própria má redacção das leis que os deputados do Partido Socialista aprovam sem ler com medo de perderem o lugar. Fique a saber que os professores sabem interpretar muito bem, Senhora Ministra, e já perceberam que Vossa Excelência gosta mais dos ovos do que dos professores. É muito feio culpar os outros dos nossos próprios erros… Quando era professora, era esse o exemplo que dava aos seus alunos?
Os docentes só não sabem interpretar o que se passa na sua cabeça! Todos os dias altera a legislação e nós temos de andar sempre a alterar os Regulamentos Internos das nossas escolas. Por falar nisso, qual é o número de Directores Adjuntos que o (seu) Director pode nomear?

salvarescola@gmail.com

domingo, 16 de novembro de 2008

Meus Parabéns a quem escreveu isto..
'A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!'
"AS ESCOLAS PORTUGUESAS ESTÃO UM VERDADEIRO CAOS!!!!
Depois de ouvir hoje o que disse a Srª Ministra, depois de ler os desabafos de muitos colegas nossos, na minha Escola, na blogosfera, invadiu-me uma raiva que não consigo mais conter e gostaria de a gritar ao Mundo. Dizia a Srª Ministra, com o seu ar sereno, que "o processo de avaliação de desempenho dos professores está a avançar de "forma normal e com grande sentido de responsabilidade" na maioria das escolas." e eu pergunto Srª Ministra:- Quem tenta enganar? Os Professores? Os Pais dos alunos? A opinião pública? A Comunicação social? Quem? A si própria? O seu governo? Na maioria das Escolas, Srª Ministra, a situação é esta: - Os Professores estão cansados, desmotivados, não aguentam tanto trabalho para nada. Reuniões, grelhas, objectivos, mais reuniões, relatório, mais reuniões... e continua assim, semana atrás de semana. Resultado: Os Professores não têm tempo para aquilo que gostam de fazer: ENSINAR!!! A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA! Na maioria das escolas, muitos Professores que até agora eram empenhados na preparação das suas aulas, limitam-se a fazer o mais fácil, não têm tempo para pesquisa, para partilhar com os alunos. Os alunos não aprendem!A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!
Na maioria das Escolas muitos Professores que tinham ainda TANTO para dar à Escola, eram o pilar da Escola, uma referência para os mais novos, estão a abandonar, vão para a APOSENTAÇÃO, mesmo com penalizações graves! É fácil perceber: por cada três que saem, entram apenas dois, com vencimentos muito mais baixos. O factor economicista sempre à frente!Não lhe passa pela cabeça, Srª Ministra, o potencial humano que as Escolas estão a perder e os efeitos de tal fuga!A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA! Na maioria das Escolas, há Professores de baixa médica, Professores esgotados que não aguentam mais esta loucura, que metem atestados e então vem outro professor substituir ou não vem… não faz mal! os alunos terão a farsa das aulas de substituição e, em vez de terem Português ou Matemática, têm aula com um Professor de Ed. Física ou Geografia… tanto faz, o que interessa é ter tudo ocupadinho, Professores e Alunos. Srª Ministra, são muitas aulas em que os alunos não têm aulas com o SEU professor, porque este está doente, em que a matéria não é leccionada.A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA! Na maioria das Escolas, os Professores andam às voltas com o novo Estatuto do Aluno. A Srª Ministra mandou cá para fora um documento em que obriga os alunos que faltam a fazerem uma prova de recuperação mesmo que faltem porque não lhes apetece, um documento que não prevê distinção entre os alunos que faltam porque estão doentes e aqueles que ficaram a dormir até mais tarde. Os Professores têm que fazer a prova! Fazer a prova, prepará-la, corrigi-la, plano de recuperação…quantas horas implica tudo isto, Srª Ministra? Solução fácil! Esqueçamo-nos de marcar faltas! Se isto é para ser a brincar, nós fazemos-lhe a vontade.A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA! Os Professores que até ao ano lectivo anterior eram uma classe que partilhava, onde não se sentia, regra geral, a competição, deixaram de confiar uns nos outros, vivem em função da avaliação de desempenho, num verdadeiro egoísmo. Desconfiam do colega que o vai avaliar, querem apanhar as quotas dos Excelentes ou Muito Bom. O mau estar nas Escolas é geral, um clima de desconfiança instalou-se!A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA! E dirá a Srª Ministra: "Os Professores não querem ser avaliados". Engana-se Srª Ministra "Os Professores querem ser avaliados!!!! Sempre foram, tal como Vossa Excelência é e será avaliada (talvez não precise de tanta grelha, mas será!!). Os Professores fazem um trabalho público! São avaliados diariamente. QUEREM UMA AVALIAÇÃO SÉRIA e não um faz-de-conta. Mas acha, Srª MINISTRA, que é avaliar seriamente um Professor, quando:1 – Um colega (que pode ter menos habilitações e não é da área disciplinar) vai assistir a TRÊS aulas em 150 aulas que um Professor dá à turma? É tão fácil BRILHAR em três aulas, mesmo que nas outras 147 não se faça nada! Os Professores já tiveram aulas assistidas nos estágios…. Sabem fazê-lo. Não têm medo disso, Srª Ministra!!! Isto é avaliação séria, Srª Ministra? 2 – Um colega Coordenador de Departamento é de Francês/Inglês (excelente profissional na sua área, mas como viveu muitos anos em França, tem dificuldades na língua Portuguesa) vai avaliar um colega de Estudos Portugueses que, por não ter tido tantos cargos como o primeiro, não é TITULAR e por isso vai ser avaliado nas suas aulas de Português (com 30 anos de serviço) pelo primeiro. Isto é avaliação séria, Srª Ministra? 3 – Um colega de Educação Tecnológica, com uma licenciatura da Universidade Aberta obtida há alguns anos, vai avaliar colegas de MATEMÁTICA do seu Departamento (Ciências Exactas), alguns já com o Mestrado na área (Repito: os colegas são excelentes profissionais, mas não PODEM SER avaliadores de quem tem mais ou diferentes habilitações do que eles. Eles não têm culpa e muitos desejavam não representar tal papel). Isto é avaliação séria, Srª Ministra? 4 – Um dos elementos da avaliação dos alunos é a progressão dos resultados escolares dos seus alunos. Srª Ministra, é tão fácil falsear a progressão dos resultados escolares dos alunos…se NÃO formos sérios e quisermos contribuir apenas para o sucesso estatístico. Acha que os Professores, sabendo que estes dados contam para a sua avaliação, vão dar classificações baixas? Isto é avaliação séria, Srª Ministra? 5 – E o dito portefólio ou "dossier pedagógico" ser outro factor na avaliação?! É tão fácil, hoje em dia, enchê-lo com materiais LINDOS, pedagógicos….mesmo que os alunos nem os tenham visto, mesmo que estes materiais não sejam nossos. Isto é avaliação séria, Srª Ministra? E finalmente, uma das aberrações do 2/20086 – O Presidente do Conselho Executivo, e simultaneamente Presidente do Conselho Pedagógico, não precisa ser TITULAR! Como explica isto Srª Ministra? A senhora Ministra criou esta distinção entre TITULARES e PROFESSOR! Então os Professores TITULARES não seriam aqueles que iriam desempenhar as funções de maior responsabilidade nas Escolas, um grupo altamente qualificado? Ou será que o Presidente do CE e do CP não é um cargo de responsabilidade? Como justifica que não seja necessário o título de TITULAR, se para outros cargos de menor importância, como Coordenador de Departamento ou de Directores de turma tal cargo é exigido? EXPLIQUE Srª Ministra! E quando este mesmo Presidente do Conselho Executivo tem apenas o equivalente ao antigo 7º ano (ou seja, é bacharel, depois de uma formação à distância de alguns meses)? Há TANTOS nas nossas escolas! Vai avaliar colegas com mestrados e licenciaturas? É ele que vai avaliar TODOS os colegas da Escola. Muitas vezes, para além de ter habilitação muito inferior aos avaliados, há anos que não lecciona! Isto é avaliação séria, Srª Ministra? 7 – Claro que há Professores, como há médicos, como há advogados, como há MINISTROS menos competentes. Mas acha que é assim que a situação vai melhorar? Quem não é tão bom profissional, vai continuar a não sê-lo e os bons agora também não têm tempo para o ser. Por que razão não se ajuda com avaliação formativa aqueles que têm mais dificuldades, sem o intuito de os penalizar? Acha que é justo um avaliador faltar às aulas das suas turmas (12avaliadosx3 aulas de 90mn= é só fazer as contas) para ir avaliar colegas? E os alunos ficam entregues a outros Professores que podem não ser seus? Então primeiro a avaliação dos Professores e depois a dos alunos?Isto é avaliação séria, Srª Ministra? Srª Ministra: - Sou uma professora que, tal como milhares neste país (a senhora viu quantos no 8 de Março, mas fez que não viu!), dediquei toda a minha vida ao Ensino. Dei sempre o meu melhor, trabalhei com gosto para os meus alunos, férias, fins-de-semana, noites; gosto de ensinar mas sinto-me REVOLTADA por a srª Ministra nos ter tirado (ou querer tirar) esse grande prazer: ENSINAR!- Sou uma Professora que, tal como milhares neste país, poderia ir agora para a reforma, mesmo com penalizações, mas VOU RESISTIR, não vou deixar que me obriguem a abandonar com mágoa, os meus alunos, a minha Escola!- Sou uma Professora que confio no bom senso e tenho esperança que ainda vá a horas de não deixar a degradação atingir, ainda mais as nossas escolas.- Srª Ministra oiça gente que sabe, (muita gente) dizer que é um crime o que se está a passar nas escolas portuguesas. Medina Carreira disse há poucos dias que se os pais tivessem a verdadeira percepção do que se está a passar na Escola em Portugal, viriam para a rua. Ele sabe do que fala. - Srª Ministra OIÇA os Professores. Eles estão nas Escolas, no terreno. Mais do que ninguém, eles estão a dizer-lhe que assim NÃO teremos sucesso educativo. Assim, o sucesso será apenas ESTATÍSTICO e ECONÓMICO! OS PROFESSORES (na sua maioria) SÃO SÉRIOS! QUEREM ENSINAR E QUEREM QUE OS SEUS ALUNOS APRENDAM! CONFIE NELES!OIÇA-NOS SRª MINISTRA! E para terminar, um poema de Alberto Caeiro que encontrei hoje no blog Terrear e uma frase de JMA. Des (aprender)
Procuro despir-me do que aprendi
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...
Alberto Caeiro
P.S. Peço desculpa a quem me ler, pela agressividade de algumas expressões, mas tenho de soltar este grito de REVOLTA! Aos puristas linguísticos, também, mas a intenção não foi fazer prosa. Imaginei a Srª Ministra à minha frente e pus no papel aquilo que gostaria de lhe dizer.Peço desculpa também por não me identificar (por enquanto). Não o costumo fazer, mas as razões são óbvias!

Orgulhosamente só!

Avaliação da Ministra: Orgulhosamente Só

Senhora Ministra, sou um defensor de que todas as profissões e cargos devem ser avaliados. Quem acabou com a avaliação dos professores foi o seu governo, quando eliminou cerca de dois anos de tempo de serviço a todos os professores e deixou de exigir relatórios críticos de actividade, que deveriam incluir os seguintes itens:
1- Índice
2- Identificação do Docente
3- Introdução
4- Actividades Desenvolvidas
4.1- Serviço Distribuído
4.2- Desempenho e Cargos Directivos e Pedagógicos
4.3- Relação Pedagógica com os Alunos
4.4- Manuais Escolares e Obras de Leitura Integral
4.5- Participação em Projectos e Actividades Desenvolvidas no Âmbito da Comunidade Educativa
4.6- Cumprimento de Programas Curriculares
4.7- Acções de Formação Frequentadas
4.8- Cooperação com os Professores das Turmas e do Grupo Disciplinar
4.9- Assiduidade
5- Conclusão
Esses relatórios eram avaliados por uma comissão de avaliação e tinham de ser entregues até dois meses antes na mudança de escalão.
Dizer que nos últimos trinta anos não tinha havido avaliação é uma mentira grave que a devia envergonhar. Podia dizer que não concordava com esse modelo, estaria no seu direito, como eu tenho direito de não concordar com o seu modelo. Não tem o direito é de mentir descaradamente aos portugueses.

Desde já defendo um modelo simplificado de avaliação dos professores semelhante ao que foi imposto no ano anterior aos contratados, resultante do memorando de entendimento. Se todos já perceberam que é o que acontecerá no futuro, por que motivo não chega a acordo rapidamente e termina com a guerrilha que se instalou nas escolas, tentando impor um modelo que todos reconhecem injusto, burocrático, asfixiante e alicerçado em compadrios? A teimosia não leva a lado nenhum.
A vergonha não está em dialogar, mas numa ministra da educação não conseguir entrar em nenhuma escola pública e achar que tem condições para continuar.
Agora sugiro que a senhora ministra reflicta e faça uma auto-avaliação com base nos critérios impostos por si aos professores:
a) Relação com a comunidade educativa:
Critérios de insucesso:
1º 120 000 professores a protestar;
2º Os alunos não permitem que entre numa escola pública e fecham escolas;
3º Os Auxiliares da Acção Educativa fazem greves;
4º Os representantes dos Encarregados de Educação nos Conselhos Pedagógicos e Gerais votam favoravelmente moções que apelam à suspensão ou à simplificação do processo de avaliação;
Classificação da Senhora Ministra : Insuficiente
b) Redução do Abandono Escolar:
Critérios de insucesso:
1º Centenas de professores estão a pedir a reforma antecipada com grandes penalizações;
2º Todos os dias há alunos a emigrar com os pais para outros países, porque não conseguem sobreviver em Portugal.
Classificação: Insuficiente
c) Melhoria dos resultados dos alunos;
Critério de insucesso:

1º Se aplicar exames com o mesmo grau de dificuldade que os de há cinco anos atrás, verificará que os resultados serão muito piores, porque cada vez os alunos sabem menos, uma vez que não têm tempo para fazerem os trabalhos de casa com a excessiva carga horária de 14 disciplinas (no 7º ano).
2º Experimentei dar os mesmos testes que dava há 10 anos atrás e tive mais de 80% de insucesso, quando nessa altura tinha cerca de 10%.
Classificação: Insuficiente.
d) Formação Contínua:
Não se conhece nenhuma formação que tenha feito no último ano, por isso é insuficiente.

Como se apercebeu, a sua avaliação é insuficiente, mas como se mostra cega e surda aos sinais que a rodeiam, foi-lhe aplicado um Plano Educativo Individual e continua no cargo a prejudicar a escola pública.
Outra mentira que tem tentado passar é a de que os alunos não têm motivos para protestar, porque, segundo a senhora ministra e os secretários de estado, de acordo com o novo Estatuto do Aluno, os alunos que faltam justificadamente por doença não têm medidas correctivas ou Prova de Recuperação. A única forma de não estar a mentir é não ter lido o artigo 22.º que passo a citar para que não volte a mentir:

Efeitos das faltas
1 — Verificada a existência de faltas dos alunos, a
escola pode promover a aplicação da medida ou medidas
correctivas
previstas no artigo 26.º que se mostrem
adequadas, considerando igualmente o que estiver contemplado
no regulamento interno.
2 — Sempre que um aluno, independentemente da
natureza das faltas,
atinja um número total de faltas
correspondente a três semanas no 1.º ciclo do ensino
básico, ou ao triplo de tempos lectivos semanais, por
disciplina, nos 2.º e 3.º ciclos no ensino básico, no ensino
secundário e no ensino recorrente, ou, tratando -se,
exclusivamente, de faltas injustificadas, duas semanas
no 1.º ciclo do ensino básico ou o dobro de tempos
lectivos semanais, por disciplina, nos restantes ciclos
e níveis de ensino, deve realizar, logo que avaliados os
efeitos da aplicação das medidas correctivas referidas
no número anterior, uma prova de recuperação, na disciplina
ou disciplinas
em que ultrapassou aquele limite,
competindo ao conselho pedagógico fixar os termos
dessa realização.
Eu sublinhei as partes que a senhora Ministra ainda não tinha entendido para lhe facilitar a compreensão.
Mas se ainda não está convencida. Experimente chegar ao Conselho de Ministros e dizer:
- "Meus amigos, a partir de agora somos nós que nos vamos avaliar a nós próprios. Os ministros que nasceram antes de 1948 avaliam os restantes. Não importa se sabem mais ou menos. Vão avaliar o nosso trabalho, não só no conselho de ministros, mas também na comunicação social. Se trabalharmos muito e dermos nas vistas podemos ser classificados de “Muito Bom” ou de “Excelente”. No entanto, se houver mais do que um Excelente ou dois Muito Bons, essas classificações não poderão ser atribuídas, porque só poderia haver um Excelente e dois Muito Bons. Para finalizar tenho a dizer-vos que temos de aceitar tudo o que digo e não aceito qualquer tipo de reclamações."
Depois ouça o que eles têm para dizer.
Espero ansiosamente que a Escola volte à normalidade, pois esta situação é insustentável!
Avaliação simplificada já!
salvarescola@gmail.com

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Adolescentes de Felgueiras agredidos por militar GNR, diz pai


Sete estudantes das Escola EB 2,3 de Idães, Felgueiras, sofreram hoje escoriações após uma intervenção da GNR que tentava abrir a escola fechada a cadeado pelos alunos, disse à agência Lusa um encarregado de educação.

José Pinto garantiu que os jovens, incluindo um filho seu de 13 anos, tiveram de ser assistidos no Hospital Agostinho Ribeiro, em Felgueiras, e dois terão sido encaminhados de ambulância para o Hospital Padre Américo, em Penafiel.

As alegadas agressões ocorreram quando dezenas de alunos protestavam contra o regime de faltas e as aulas de substituição.

O adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras, Firmino Vieira, confirmou à Lusa ter transportado adolescentes para dois hospitais em três ambulâncias da corporação.

O director clínico do Hospital Agostinho Ribeiro, Caldas Afonso, confirmou que cinco jovens com pequenas escoriações foram assistidos naquela unidade de saúde, afirmando desconhecer a causa dos ferimentos.

O encarregado de educação explicou à Lusa que as agressões foram praticadas por um único militar da GNR, quando os alunos se encontravam junto ao portão principal da escola.

«Há várias testemunhas das agressões», precisou.

«Estive no hospital de Felgueiras e fiquei impressionado com o que vi. Eram várias crianças com hematomas», acrescentou, dizendo-se revoltado.

A Lusa tentou contactar o comandante do Destacamento Territorial de Felgueiras da GNR mas este mantém-se incontactável.

Neste momento, os encarregados de educação estão reunidos com o Conselho Executivo da escola e com o vereador de Educação da Câmara de Felgueiras, João Garção.

Diário Digital / Lusa

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Como explicar aos alunos as razões da luta dos professores!

Ajudar os alunos a entender o porquê de tanta revolta
com a questão da avaliação... podemos começar por sensibilizá-los para o nosso
problema... assim eles na casa já nos defendem :)

Estava a falar com uma amiga a respeito da avaliação dos
professores e a confusão que está a gerar nos nosso alunos...
Surgiu assim a ideia de dar uma explicação, recorrendo a
uma metáfora com a turma onde estão inseridos.

"Por exemplo um dia chegava uma pessoa à turma e dizia:
"Meus amigos a partir de agora são vocês que vos
vão avaliar a vocês próprios.
Os alunos que nasceram de Janeiro a Março avaliam
os restantes. Não importa se sabem mais ou menos.
Vão avaliar o vosso trabalho, não só na sala de aula
mas também no recreio. Se trabalharem muito e derem
muito nas vistas podem ser classificados de Muito Bom ou
de Excelente. No entanto se houver mais do que um Excelente
ou dois Muito Bons essas classificações não poderão
ser atribuídas, porque a pessoa tinha dito que só poderia haver um Excelente e dois Muito Bons.
"Para finalizar tenho a dizer-vos que têm de aceitar
tudo o que digo e não aceito qualquer tipo de reclamações." - avisa a tal pessoa."

Depois podem pedir a opnião da turma.
P.S. Isto ainda está no início se quiserem acrescentem.
Joaquim Jorge

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Obrigado, Fafe!

A ministra nem chegou a sair do carro, que não tardou em sair da cidade a grande velocidade.



Cerca de três centenas de manifestantes, entre alunos e professores, obrigaram esta tarde a Ministra da Educação a abandonar a cidade de Fafe, sem cumprir o evento que tinha programado. Com palavras de ordem e ovos, os protestantes nem deixaram a ministra pôr o pé fora do carro.
Maria de Lurdes Rodrigues tinha programada a presença na entrega de diplomas a mais formandos do Centro de Novas Oportunidades da Escola Profissional de Fafe. À chegada ao Estúdio Fénix, local marcado para a sessão, Maria de Lurdes Rodrigues deparou-se com a manifestação.
Os alunos aproximaram-se rapidamente da viatura oficial, alguns atirando ovos, e a ministra nem chegou a sair do carro. Após uma curta conversa circunstancial com o presidente da Câmara Municipal o carro da governante arrancou a grande velocidade em direcção à auto-estrada.
Na sua frente seguiu o carro que transportava Margarida Moreira, directora da Direcção Regional de Educação do Norte. Sujeito à ira dos alunos esteve a viatura oficial do município de Fafe.
Após este incidente chegaram ao local mais reforços da GNR que controlaram a situação. No entanto, há a registar a identificação de alguns alunos e a apreensão de algumas caixas de ovos.
A cerimónia de entrega de diplomas decorreu sem a presença da Ministra.

Uma ministra que não consegue entrar numa escola pública, não está a fazer nada no cargo!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sócrates Mentiu Mais uma Vez

O Sr. Sócrates mentiu mais uma vez ao dizer que 20 000 professores foram avaliados com o modelo que a sua ministra quer impor às escolas. Esses professores foram avaliados com o modelo simplificado que deveria ser aplicado a todos os docentes. Se ele o quiser simplificar, como o fez no ano passado, estaremos cá para o aceitar! Desafio-o a dizer o nome de um professor que tenha sido avaliado com o modelo inexequível que quer impor.

domingo, 9 de novembro de 2008

Só em Portugal...

Só em Portugal é que uma pessoa ex-fugitiva à justiça condenada em tribunal por desviar dinheiro dos contribuintes tem a "lata" de vir cantar vitória e ainda por cima com direito a tempo de antena no noticiário de um canal público de televisão sem qualquer contraditório. Será por ter familiares bem colocados por políticos que ajudou a eleger?
Só em Portugal é que há um Primeiro-Ministro que faz publicidade a um produto de uma empresa privada em cimeiras internacionais... Será que recebe uma comissão por cada computador que vende? Qualquer dia ainda nos vem bater à porta de casa para nos vender um "Magalhães".
Às vezes até sinto vergonha de ser português...
Ah! É verdade: uma dessas pessoas é brasileira...

Carta Aberta à Senhora Ministra da Educação (Mais uma)

Ex.ma Sr.ª
Ministra da Educação de Portugal Continental (nas ilhas há outros modelos de avaliação)
Assunto: Dúvidas sobre as reuniões
Apesar de saber que a Senhora Ministra recebe milhares de cartas por dia, venho por este meio enviar mais uma epístola, porque, depois de a ouvir repetidas vezes, aquando da segunda manifestação nacional de professores, afirmar que as escolas são desorganizadas por convocarem tantas reuniões e após ter tido duas semanas em que tive reuniões todos os dias e em que entrava na escola às 8 horas e 30 minutos e saía às 21 horas e 30 minutos (sem que fossem pagas horas extraordinárias), não resisto a perguntar-lhe a quais das seguintes reuniões me seria permitido faltar:
- Reunião de departamento para elaborar o plano de formação, analisar os resultados dos testes diagnósticos e definir metas e estratégias (2 horas);
- Reunião de grupo para definir metas, objectivos, preparar actividades para o PAA, analisar resultados, definir estratégias e planificar unidades didácticas (2 horas);
- Reunião de Estudo Acompanhado para estabelecer metas e planificar as actividades (1 hora);
- Reunião para elaboração do plano TIC (90 minutos);
- Reunião de Conselho de Turma (8º B) por causa de um aluno que tem de faltar, porque tem de fazer tratamentos quinzenais de uma doença grave e, de acordo com o novo estatuto do aluno, temos de lhe aplicar medidas correctivas, elaborar matrizes e provas de recuperação (1 hora);
- Reunião de Conselho de Turma (7º D) para aplicar medidas correctivas, elaborar matrizes e provas de recuperação, porque um aluno fora da escolaridade obrigatória, depois de receber o computador gratuitamente do programa eescolas decidiu faltar, segundo o Encarregado de Educação, “para passar o dia a jogar computador”. O pai tentou tirar-lhe o computador, mas foi agredido pelo filho.
- Reunião do Conselho Geral Transitório para elaborar o Regulamento Interno (3 horas);
- Acção de formação sobre a avaliação do desempenho (3 horas);
- Reunião com o avaliador para aprovar a grelha de plano de aula e o conteúdo a colocar no portefólio que terei de apresentar (2 horas);
Eram tantas convocatórias que, para não haver acumulação de reuniões, até houve um colega que convocou uma para o dia 5 de Outubro (tenho a fotocópia da convocatória em meu poder), é claro que a reunião foi adiada, porque num domingo e feriado não havia quem abrisse o portão da escola.
Num desses dias de reuniões intermináveis, a minha filha até disse à minha esposa, quando ela a deitava, sem eu ter chegado: “Agora o pai nunca está em casa!”
Na próxima semana também terei cinco reuniões de conselhos de turma intercalares pós-laborais para analisar os resultados (se tiver tempo de corrigir os 120 testes) e definir as metas para o PCT. Eu sei que sou “desorganizado” por ter dado testes a alunos a quem terei de dar boas notas, mas o meu nível de exigência ainda não desceu tão baixo. Também me disseram que tenho de apresentar os meus objectivos aos meus avaliadores até ao final da semana. Não sei se haverá uma reunião para o efeito, pois tem de haver uma negociação. Além disso, foi afixado um ofício que exigia que sugeríssemos datas para a supervisão de aulas.
Talvez devesse estar a planificar aulas, em vez de escrever esta carta, mas estava tão irritado com as suas doutas declarações que, se fosse preparar aulas neste momento, teria de deixar transparecer toda a minha indignação e os meus alunos não merecem.
Por outro lado, o seu modelo de avaliação padece de várias ilegalidades que sua excelência teima em não corrigir. Um exemplo é o facto de que, como as vagas que foram abertas e as condições impostas terem impedido que houvesse avaliadores titulares em todas as escolas, o Ministério permitiu que professores (não titulares) avaliassem os colegas que concorrem às mesmas vagas para as classificações de “Excelente” e de “Muito Bom” (que não contam só para efeitos de progressão, mas também de colocação), o que é um expediente que contraria o artigo 44.º do Código do Procedimento Administrativo, relativo aos casos de impedimento, que refere o seguinte: “Nenhum titular de órgão ou agente da Administração Pública pode intervir em procedimento administrativo ou em acto ou contrato de direito público ou privado da Administração Pública nos seguintes casos: a) Quando nele tenha interesse, por si, como representante ou como gestor de negócios de outra pessoa;”.
Além disso, avaliar os professores pelas taxas de abandono, como o novo modelo prevê, é tão inconcebível como seria avaliar os médicos pelas pessoas que falecem nos hospitais.
Trata-se de um modelo tão injusto e ineficaz que só quem não está por dentro do seu funcionamento é que pode aceitá-lo.
Um conselho: da próxima vez que queira importar um modelo de avaliação, copie de um país que tenha melhores resultados do que o nosso, pois até alguns alunos com mais dificuldades sabem que se deve copiar pelos alunos mais inteligentes.
Agora, estão a chamar-me para uma reunião semanal de uma turma de CEF, já não posso referir as injustiças das penalizações a que os professores estão sujeitos na sua avaliação se estiverem de licença de paternidade, de nojo ou por doença, mas despeço-me com todo o respeito que merece, deixando duas citações:
“A primeira fase do saber é amar os nossos professores.” Erasmo de Roterdão
“Ao emendar aquilo que precisa de correcção, o bom professor não está a ser rude.” Quintiliano
Um professor português de 2º categoria
salvarescola@gmail.com

domingo, 26 de outubro de 2008

Campanha na Televisão

A Senhora Presidente da Câmara de Felgueiras quer celebrar a Festa do Vinho e da Vinha com a presença da TVI no Mosteiro de Pombeiro para fazer campanha. É o seu estilo, não critico, porque o povo gosta! Só desejo que chova para a ver a atravessar o adro do Mosteiro de galochas com a lama que se forma sempre que chove. Seria bonito passar na televisão a lama que os habitantes de Pombeiro têm de suportar por uma birra de alguém que não quer pavimentar o adro.

Mais injustiças na avaliação dos professores

Na avaliação dos professores, com as delegações arbitrárias em que há avaliadores titulares e não titulares a avaliar professores que concorrem para as mesmas vagas para as classificações de “Excelente” e de “Muito Bom” (que não contam só para efeitos de progressão, mas também de colocação), não estou a ver nenhum a avaliador por delegação a atribuir as melhores classificações aos seus avaliados, pois estaria a ocupar a vaga que poderia ser para si. Era o mesmo que ser o senhor José Sócrates a escolher quem seria o próximo Primeiro-Ministro, sendo ele também um candidato. Avaliar os professores pelo abandono, seria o mesmo que avaliar os médicos pelas pessoas que falecem nos hospitais. Trata-se de um modelo tão injusto e ineficaz que só quem não está por dentro do seu funcionamento é que pode aceitá-lo.

Se não consegue, demita-se!

O senhor Primeiro-Ministro referiu numa entrevista ao DN e à TSF que era inevitável que os Portugueses viessem a sofrer a crise. Se um responsável se confessa incapaz de resolver os problemas das pessoas, mais vale demitir-se e partir para outra, pois está derrotado à partida. Só lhe faltou dizer que, enquanto em Portugal o IVA, os combustíveis e as portagens forem mais elevados do que na Espanha, as empresas portuguesas não poderão competir com as estrangeiras por causa dos custos de transporte. Não há ninguém no governo que queira recuperar a economia?
O senhor José Sócrates diz que os professores vão ser avaliados pela primeira vez! Como pode ter-se esquecido que foi o seu governo que acabou com a avaliação dos professores, quando nos eliminou o tempo de serviço...
Vá mentir a outro, que eu estou farto!!!!

sábado, 25 de outubro de 2008

Magalhães

Continuando na brincadeira...
(recebido por email)Carta aberta a José SócratesAutor: Pedro Carvalho MagalhãesSenhor Primeiro Ministro:Venho protestar veementemente através de Vª Exª pelo nome dado ao computador que os vossos serviços resolveram distribuir aos meninos deste país (os que sobrarem do seu negócio com o Hugo Chavez na troca do petróleo, bem entendido).Eu, Pedro Carvalho de Magalhães, nunca mais poderei usar a minha assinatura sem ser indecentemente gozado pelos meus colegas de trabalho. Sempre assinei PC Magalhães e, desde que Vªs Exªs baptizaram o tal computador, tive que alterar todos os meus documentos.Uma coisa tão simples como perguntar as horas e a resposta que recebo é:~
- Atão Magalhães... vai ao Google...
Se vou à máquina de preservativos, há sempre uma boca dum colega:
- Para quê, Magalhães? Não te chega o anti-virus?
Se vou ao dentista, a recepção é sempre a mesma:
- Então o senhor Magalhães vem limpar o teclado...
A minha mulher, Paula Carvalho Magalhães, também sofre pressões indescritíveis no emprego: ontem uma colega veio da casa de banho com um tampão na mão e gritou:
- Paula.... esqueceste-te da tua pen!
Também o ginecologista não resistiu ao nome e, após a consulta, disse-lhe que tudo estava bem com as entradas USB!
Nem o meu filho, Pedro Carvalho Magalhães, escapa ao gozo que o nome veio provocar.A Rita, a mocinha com quem andava há mais de 6 meses, acabou tudo com este argumento:
- Magalhães.... vou à "Staples" procurar outro que a tua pega é muito pequena!
Quando, devido a tudo isto, apanhei uma tremenda depressão que me impediu de trabalhar, fui ao psiquiatra.
Ele olhou para o meu nome e disse:
- Pois é, senhor PC Magalhães. Aconselho-o a passar pelo suporte técnico da "Staples": podem ser problemas de memória RAM!Neste momento a minha mulher quer desinstalar-se e procurar alguém que tenha um nome "decente".
Senhor Primeiro Ministro... porque diabo não puseram "Sócrates" a esse maldito computador? Queria que o senhor visse o que custa!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Manifesto Anti-Maria de Lurdes

Adaptação do Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros, poeta d'Orpheu, futurista e tudo.. MANIFESTO ANTI-MARIA DE LURDES
Basta, pum, basta!!!Uma geração que consente deixar-se dominar por uma Maria de Lurdes é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!Abaixo a geração Maria de Lurdes!Corram com a Maria de Lurdes, corram! Pim!Uma geração com uma Maria de Lurdes a cavalo é um burro impotente!Uma geração com uma Maria de Lurdes ao leme é uma canoa em seco!A Maria de Lurdes é meio demagoga!A Maria de Lurdes é demagoga inteira!A Maria de Lurdes saberá de sociologia, saberá estatística, saberá escrever sobre o estatuto dos engenheiros, saberá transformar uma anarquista numa ditadorazeca do terceiro mundo, saberá de tudo menos de educação que é a única coisa que se esperaria que ela soubesse!A Maria de Lurdes pesca tanto de pedagogia que erigiu em fim principal da escola a ocupação dos tempos livres dos alunos ociosos, que transformou os professores em principal inimigo do Governo, que quis pôr o País inteiro contra os professores!A Maria de Lurdes é uma habilidosa!A Maria de Lurdes tem um trauma de infância contra os professores!A Maria de Lurdes que foi professora primária esconde esta 'mácula' na sua biografia oficial. Sente vergonha de ter sido professora como quem tem vergonha da própria mãe. É uma vergonha!A Maria de Lurdes transformou a pedagogia em demagogia!A Maria de Lurdes manipula, tergiversa, mente e tenta colocar as escolas ao serviço dos interesses partidários!A Maria de Lurdes quer destruir a escola pública!Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!A Maria de Lurdes fez um Estatuto da Carreira Docente que só poderia ter sido feito no Chile de Pinochet de onde o seu mestre anarquista, João Freire, o copiou mal e porcamente!E a Maria de Lurdes teve claque! E a Maria de Lurdes teve palmas! E a Maria de Lurdes agradeceu!A Maria de Lurdes é uma vergonha!Não é preciso ir prá 5 de Outubro pra se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!Não é preciso disfarçar-se pra se ser salteador, basta extrorquir aos professores os seus direitos como a Maria de Lurdes faz! Basta não ter escrúpulos nem morais, nem pedagógicos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões do eduques, com asalucinações de um alumbrado como Valter Lemos! Basta usar o tal sorrisinho cínico, basta fazer aparência de muito delicada, e usar olhos meigos para os jornalistas! Basta ser Judas! Basta ser Maria de Lurdes!Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!A Maria de Lurdes nasceu para provar que nem todos os que governam sabem governar!A Maria de Lurdes é um autómato que deita pra fora o que a gente já sabe o que vai sair..., bastando ter lido os textos alucinados daquela espécie de Menino do Lapedo fóssil que é Valter Lemos. Mas é preciso deitar mentiras, estatísticas manipuladas, dinheiro, prémios, livros e computadores para comprar os votos aos pais!A Maria de Lurdes é uma doentia perturbação dela-própria!A Maria de Lurdes em génio nem chega a pólvora seca e em competência é pim-pam-pum.A Maria de Lurdes em poses eróticas no jornal Expresso é horrorosa!A Maria de Lurdes tresanda a mentira e a demagogia!Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!A Maria de Lurdes é o escárnio da consciência!Se a Maria de Lurdes é portuguesa eu quero ser do Chile, do país de onde importaram o Estatuto da Carreira Docente!A Maria de Lurdes é a vergonha da intelectualidade portuguesa!A Maria de Lurdes é a meta da decadência mental!E ainda há uns propagandistas na comunicação social que não coram quando dizem admirar a Maria de Lurdes, quais Vitais Moreiras e outras lavadeiras das imundices da socratinada!E ainda há quem lhe estenda a mão!E quem lhe lave a imagem com campanhas de propaganda!E quem tenha dó da Maria de Lurdes, imputando as culpas deste desastre ao inenarrável Valter Lemos!E ainda há quem duvide que a Maria de Lurdes não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero!Continue a senhora Maria de Lurdes a governar assim que o País há-de ganhar muito com destruição das escolas públicas e há-de ver que ainda apanha uma estátua de cera no Museu dos Horrores e um monumento erecto por subscrição pública dos espanhóis que finalmente ao fim de oito séculos conseguirão destruir Portugal, e a Praça de Camões mudada em Praça Dr.ª Maria de Lurdes, e com festas da cidade plos aniversários, e sabonetes em conta Maria de Lurdes' e pasta Maria de Lurdes prós dentes, e graxa Maria de Lurdes prás botas e Niveína Maria de Lurdes,e comprimidos Maria de Lurdes, e autoclismos Maria de Lurdes e Maria de Lurdes, Maria de Lurdes, Maria de Lurdes, Maria de Lurdes... E limonadas Maria de Lurdes-Magnésia.E fique sabendo a Maria de Lurdes que se um dia houver justiça em Portugal todo o mundo saberá que o autor de Os Lusíadas é a Maria de Lurdes que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo Camões.E fique sabendo a Maria de Lurdes que se todos fossem como eu, haveria tais munições de manguitos que levariam dois séculos a gastar.Mas julgais que nisto se resume a pedagogia portuguesa? Não Mil vezes não!Temos, além disto o Secretário de Estado Valter Lemos, outro iluminado vítima da Síndrome de Legiferação Compulsiva que, como ela, esquecendo a sua formação docente, vive obcecado em perseguir os professores e emtransformar os alunos num bando de ignorantes e insubordinados.E há ainda a Directora Regional de Educação do Norte que, encarnado o espírito ditatorial de um engenheiro que não o é, se deleita a punir delitos de opinião e que proclamou ao mundo o direito inalienável dos alunos ao sucesso, mesmo que não saibam ler nem escrever nem contar. E há ainda o Director do GAVE especialista em fabricar exames nacionaispara atrasados mentais, para mostrar ao mundo a grande sabedoria dos alunos portugueses.Corram com a Maria de Lurdes, corram com ela! Pim!Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mas atrasado da Europa e de todo o Mundo! O país mais selvagem de todas as Áfricas! O exílio dos degredados e dos indiferentes! A África reclusa dos europeus! O entulho das desvantagens e dos sobejos!Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado!Corram com a Maria de Lurdes, depressa, corram com ela! Pim!

Adaptado de José de Almada NegreirosPoeta d'OrpheuFuturista E Tudo1915 (2008)por um singelo Amante da Pátria Portuguesa indignado com a corja de bandidos e de incompetentes dirigidos pelo maior especialista em falsos diplomas que a história lusíada produziu , seja o dele próprio sejam os das Novas Oportunidades que ele distribui a esmo, transformando milagrosamente ignorantes em letrados, cabulões emengenheiros de obras feitas, nulidades em políticos do mais alto coturno maquiavélico, cavalidades em sábios ministros e secretários de estado

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vais ao Desfile ou à Manifestação????

-Vais ao Desfile ou à Manifestação????
Foi o que me perguntaram, quando cheguei à escola na quinta-feira…
Depois de estar preparada a maior manifestação de professores de que há memória para o dia 15 de Novembro (escolas inteiras a mobilizarem-se alugando autocarros, com adesões superiores a 80%) e quando já se acreditava que em Janeiro se suspenderia este inexequível modelo de avaliação, pois o PS sabia que sem as famílias dos professores (porque os professores já os perdeu) não obteria a maioria absoluta, os sindicatos dos professores vieram dividir-nos mais um vez, promovendo um desfile (festivo?) para uma semana antes.
É inadmissível que os sindicatos se tenham demarcado do profundo descontentamento dos professores que deveriam representar. Não aproveitaram e boicotaram a união que existia para defender os interesses de uma classe totalmente descontente, ridicularizada, espezinhada e “assaltada” de direitos fundamentais, fazendo um favor à senhora Ministra. Dizem os sindicatos que a manifestação de 15 de Novembro não tem quem negoceie com o governo. É verdade, neste momento, já ninguém defende os professores. Quem os devia defender, divide-os. Todos esperávamos que os sindicatos participassem na manifestação, mas vieram representantes à minha escola dizerem para não irmos???!!!! Ao demarcarem-se dos professores mostraram de que lado estão…
Num momento de fragilidade da senhora ministra (que tinha pedido a demissão ao senhor Primeiro-Ministro, que não a aceitou) deram-lhe a mão e assinaram um “entendimento” que reconhecia:
a) a divisão da classe em professor titular e em “professor subalterno”;
b) a despromoção de mais de dois terços dos professores que até aí podiam ser coordenadores e, agora, não podem;
c) o fim da democracia nas escolas, pois o coordenador deixou de ser eleito pelos seus pares para ser escolhido por um director;
d) a perda do tempo de serviço congelado (ao contrário do que aconteceu nas ilhas que fazem parte da República Portuguesa);
e) este burocrático, injusto, incompreensível, economicista e louco modelo de avaliação;
f) a impossibilidade dos professores votarem para escolherem o director;
g) as injustas quotas.;
h) as reposições de aulas, mesmo quando os professores tenham faltado em serviço oficial ou por nojo.
Em troca, ganharam o adiamento deste complicado modelo de (des)avaliação por três meses, substituindo-o por um modelo de avaliação simplificado, que deveria ser o modelo efectivamente adoptado (depois de alguns ajustes para combater as injustiças que se verificaram por ainda não estarem definidas as quotas).
Com negociadores destes, mais vale não ter negociadores…
O senhor Primeiro-Ministro disse que o Carlos César era o melhor político português; possivelmente, por uma única vez, tem razão, porque esse político não deixou que o despótico e divisionista Estatuto da Carreira Docente que está em vigor no continente fosse adoptado no seu arquipélago nem permitiu que o tempo de serviço fosse descontado aos professores….
O que responder à pergunta que me formularam?
Normalmente responderia “Vou a quem me convidou primeiro…”, mas eu respondi:
-Claro que vou a ambas, pois não podemos deixar que nos dividam! Estou tão revoltado que vou a todos os desfiles e manifestações que mostrem o descontentamento dos professores em relação ao fim do ensino sério em Portugal e às injustiças que são cometidas diariamente nas nossas escolas. A sociedade tem de acordar!
Depois de semanas em que entro na escola diariamente antes das 9 horas e saio depois das 21 (em aulas, reuniões de alunos que ultrapassam o limite de faltas e formações), sacrificarei a minha família em dois (ou mais) fins-de-semana, mas vou a todas!!! Eu sei que a minha família vai compreender…
A União faz a força!!!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Melhor que o Contra-Informação

Grande garanhão!!!

Migalhães

Migalhães - Um poema do Luís Costa
Lá vem pelo avelar
O filho do Zé João
Vem do centro escolar
Cansado de palmilhar
A caminho da povoação

Não há médico na aldeia
E a antiga escola fechou
Não tem carne prà ceia
Nem petróleo prà candeia
Porque o dinheiro acabou

O seu pai foi para França
Trabalhar na construção
E a mãe desta criança
Trabalha na vizinhança
Lavando pratos e chão

Mas o puto vem contente
Com o Migalhães na mão
E passa por toda a gente
Em alegria aparente
De quem já sabe a lição
Um senhor muito invulgar
Que chegou com mais senhores
Veio pra visitar
O novo centro escolar
E dar os computadores

E lá vem o Joãozinho
No seu contínuo vaivém
Calcorreando o caminho
Desesperando sozinho
À espera da sua mãe

Neste país de papões
A troco de dois vinténs
Agravam-se as disfunções
O rico ganha milhões
E o pobre Migalhães

Luís Costa

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Atestado Médico

Atestado médico ... para reflectirtexto escrito por um professor de filosofia que escrevesemanalmente para o jornal O Torrejano.
Tudo o que ele diz, é tristemente verdadeiro...
O atestado médico por José Ricardo Costa

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai terde fazer uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada,por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la? Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma salado exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestadomédico.Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI. O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regionalsabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente. O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca,do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.
Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o 'ET', que este é um boneco e quetemos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso Henriques, que Deus me perdoe. A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos.Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados. Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal. Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi anódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei que ela sabe que eu sei. Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos ecom vidas de sonho. Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade. Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemosmalabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado,entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas. Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo. Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Governo anda a dormir!

De manhã, estou bem é na caminha, senhor Presidente!

Agora já posso dizer que o Governo anda a dormir sem ser processado!!! Tenho provas!

Na Escola d' Ana Maria

Na escola d'Ana Maria
Já não há paz nem alegria:
Há vaidade e presunção
Há soberba e inquisição
E pura demagogia!

Na escola d'Ana Maria
Morreu a harmonia!

Na escola d'Ana Maria
Reina a burocracia:
Há papéis e papelões
Relatórios e avaliações
E portefólios de fantasia!

Na escola d'Ana Maria
Morreu a pedagogia!

Na escola d'Ana Maria
Grassa a autocracia:
Há chuva de normativos
Há órgãos deliberativos
Há avisos e editais
Há actos eleitorais
Mas quem manda é o ditador!

Na escola d'Ana Maria
Morreu a Democracia!
*Luís Costa*

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Um país, dois regimes...

A contagem do tempo de serviço "congelado"Entre 30 de Agosto de 2005 e 31 de Dezembro de 2007 os docentesviram-se impedidos de progredir nos escalões da carreira por via dochamado "congelamento do tempo de serviço". Tal congelamento não foimais do que o roubo de 28 meses de tempo de serviço prestadoefectivamente pela generalidade dos docentes, para efeitos deprogressão na carreira, situação que se mantém para os docentes doensino superior e para os de ministérios que ainda não adaptaram asregras do novo ECD. Tal situação é manifestamente injusta e tem de sercombatida em todos os planos.Na Região Autónoma dos Açores os docentes alcançaram o direito a queesse tempo de serviço lhes seja integralmente contado. Esta é umamedida que temos de conquistar para todos os docentes.

sábado, 4 de outubro de 2008

Está na hora de gritar!

É tempo de dizer basta!
É tempo de dizer chega!
Corte-se o arame à mordaça
Corra a voz e encha a praça
Antes que a noite aniquile
Sem piedade e sem dó
A alegria que a traça
Espalhou como carraça
Na alma desfeita em pó.

É tempo de ver raiar
Já basta de noite tanta!
Raie o sol que nos espanta
Solte-se a voz na garganta
Que a hora chama por nós.

Venha D. Sebastião
Sem bruma e sem nevoeiro
Venham Camões e Pessoa
Acorramos a Lisboa
Na voz do Tejo em canoa
Que o Tejo chama por nós.

"Vamos todos de mãos dadas"
Com as lembranças da cidade
Que foi Templo e que foi rosto
De arrojo e intrepidez.
Vamos todos outra vez.

Vamos cumprir Portugal
Cumprir Camões e Pessoa
Acorramos a Lisboa
Que o Tejo Chama por nós.
Digamos com força tanta
Sem mordaça na garganta
Que chega de humilhação
Queremos EDUCAÇÃO!

Professores deste país
Vamos cumprir a raiz!
Vamos cumprir nosso Tejo
Na rua ou na nossa praça
Com a força de Lisboa
E a voz de uma canoa.


Professores deste país
A memória reclama
Acendei dos avós a chama
Que a Índia chama por nós.

Maria Isabel Fidalgo

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Professores ou Bruxos?

Por ordens ministeriais, todos os docentes deviam entregar, até ao dia 30 de Setembro, os objectivos individuais para este ano lectivo. Há escolas que adiaram o prazo por um mês, pois têm noção de que isso é impossível. Na grelha de objectivos individuais aprovada na minha escola, os professores têm de escrever a percentagem de níveis dois, três, quatro e cinco que se propõem dar no final do ano lectivo em cada turma! Se não cumprirem esses objectivos, terão de mudar de profissão.
Como é óbvio, eu, que não sou bruxo, terei de propor uma percentagem que seja aceite pelos meus avaliadores e que seja sempre inferior à do ano anterior. Os (des)iluminados tecnocratas que têm estas ideias nunca assistiram a uma aula de Psicologia do Desenvolvimento? Como é possível tratar crianças como objectos quantificáveis? Como é possível um professor que esteve em duas aulas com uma turma saber a percentagem de níveis cinco, quatro e três que atribuirá no final do ano? (Já não falo em dois, porque estamos proibidos de dar…) Eu sei que se pretende ensinar aos alunos que a vida é injusta, mas podíamos evitar que a avaliação também o fosse.
Eu já disse aos meus colegas que, se fosse bruxo, jogaria no Euromilhões e não perdia tempo a adivinhar os níveis que os alunos teriam no final do ano… Isto é uma palhaçada tão grande: mascarar o insucesso, obrigando os professores a melhorarem os resultados todos os anos até todos os alunos terem nível cinco a todas as disciplinas. Por favor, não me obriguem a ser mentiroso, só porque está na moda!
O verdadeiro sucesso que há na escola é o de professores que não sabem em que dia da semana estão e que se aguentam acordados durante o dia à base de cafés, porque não dormiram a corrigir testes de avaliação diagnóstica e a prepararem aulas, a imaginarem o sucesso dos seus alunos no final do terceiro período, a deitar contas à vida, porque o dinheiro que ganham não dá para pagar a renda, o combustível, as portagens, os tinteiros da impressora. Outros professores andam tão obcecados com o poder que lhes deram de “assassinar” a carreira de colegas que inventam matrizes de testes, estratégias diferenciadas, planos de aula, grelhas e gráficos… para poderem dizer: “-Vês, não podes ter Bom porque não fizeste isto ou aquilo! Até dás aulas muito interessantes, mas não deste a devida atenção ao rapaz que está na terceira fila, constantemente a olhar pela janela! Muda de vida!”
Há quem diga que os professores insatisfeitos deviam mudar de profissão! Quem investiu anos da sua formação para fazer aquilo de que gostava, não deve mudar. A senhora ministra, que não percebe nada de pedagogia, não tem um discurso coerente nem entende o que se passa nas escolas, irá brevemente embora. Até o senhor Primeiro-Ministro que não frequentava as aulas e só falou verdade uma vez na vida, quando disse que o seu objectivo era o de tornar os portugueses mais pobres, também irá embora e um dia chegará ao poder alguém que se preocupe com o que os alunos aprendem e não com as estatísticas, porque os ministros passam, os estatutos mudam, mas os professores continuam…
É uma pena a comunicação social só ir à escola, quando lá vão os governantes e tudo parece muito bonito para português ver na televisão. Os jornalistas deviam escolher uma escola e fazer uma reportagem, ouvindo o que professores, alunos e auxiliares têm para dizer.
Vendem-se ou dão-se aos alunos computadores com contratos de longa duração de 1 giga de downloads o que é ridículo e que será gasto durante um dia pelos alunos, se estiverem ligados ao “msn”, depois cobram a preços elevadíssimos a utilização durante os outros 29. Isto é um “negócio da China” para as operadoras e para a propaganda do governo, que para todos os efeitos “deu” o computador! Mas livrem-se de terem o azar do computador ou da placa avariarem, nem imaginam o que vão gastar em portes postais e os aborrecimentos que terão!
A senhora Ministra tinha prometido que haveria projectores e computadores em todas as salas, no início deste ano lectivo. Na minha escola, quem quiser utilizar as novas tecnologias tem de comprar computadores, impressoras, tinteiros e projectores! Ela quer a excelência, mas trata-nos como escravos que ainda pagam para trabalhar.
Já nem vou escrever sobre a entrega da gestão do parque escolar a uma câmara que eu conheço, que abandonou completamente as escolas do 1º ciclo com computadores com cerca de dez anos que já não funcionam e que obriga os pais a mandarem papel higiénico e detergentes para a escola. Antes da atribuição de mais competências, o governo devia ter verificado como essa câmara em concreto tinha gerido as escolas do 1º ciclo até ao momento.
O Senhor Primeiro-Ministro tem mais jeito para vender computadores do que para governar o país, no entanto anda a festejar, porque piorou a vida dos portugueses, aumentando os impostos, a idade da reforma, criando portagens nas SCUT (só da região do Porto) e congelando as carreiras. Já não falo na subida das taxas de juro, pois acho que a culpa não é só sua! A mudança que operou no país foi para pior!
salvarescola@gmail.com

sábado, 13 de setembro de 2008

Escola para formar delinquentes

O sonho da senhora Ministra da (des)educação está a realizar-se finalmente.
Conseguiu acabar com os trabalhos de casa, com a necessidade dos alunos estudarem e até de frequentarem as aulas para passarem e ficarem com o diploma, seguindo o belo exemplo do nosso Primeiro-Ministro… Não se criam hábitos de trabalho, de cumprir horário, de sequer aparecer… Há sempre um exame que pode ser repetido até o aluno absentista passar…
Conseguiu inventar um estatuto do aluno em que os actos de violência praticamente não são punidos, o que faz da escola pública o lugar ideal de estágio para todos aqueles que querem dedicar-se à criminalidade. Pensam que é exagero? Só quem está nas escolas é que sabe o que se passa: assaltam, ameaçam, agridem e violam colegas, enquanto outros filmam, destroem portas, estores, persianas, extintores… Se os alunos são (des)educados para obterem tudo com facilidade ou violência, não adianta falar-se de falta de justiça ou de polícias nas ruas. Infelizmente, a sociedade deixou de se preocupar com a prevenção e com o valor do trabalho.
Conseguiu imaginar um estatuto da carreira docente, em que o aluno é que tem a autoridade, que tem o poder de avaliar o professor, mesmo que não queira aprender, pois o professor é coagido financeira e profissionalmente a inventar sucesso, mesmo que os alunos não o queiram. Dividiu a classe, despromovendo a maior parte dos professores e mantendo alguns com direito a progredir, através de um concurso com critérios injustos, baseados na antiguidade ou na sorte das vagas disponíveis na escola. De facto, foi um concurso só para alguns poderem manter os direitos adquiridos, enquanto os outros (por serem mais jovens) eram impedidos de concorrer para manter os seus direitos profissionais…
Conseguiu copiar um modelo de avaliação do pessoal docente em que os professores têm de andar a bajular os capatazes e os directores para poderem continuar a pagar os empréstimos aos bancos. A senhora Ministra diz que os resultados da avaliação dos alunos só contam 6% na avaliação dos professores, mas as grelhas de objectivos e de avaliação dos docentes são centradas nos resultados dos alunos. Já para não falar nos outros 6% relativos ao abandono que nunca será da responsabilidade do professor…
Eu tenho a certeza de que os números serão muito positivos, mas o sucesso que a senhora Ministra conseguirá é o de entregar os diplomas a futuros cidadãos habituados a não fazer nada, pois haverá sempre um subsídio para receber ou um banco para assaltar.
É preciso agir para salvar a escola e a sociedade!

domingo, 24 de agosto de 2008

Monstruosidades de um ministério que quer extinguir os professores

1º Decreto-Lei 15/2007 - Sétima alteração ao Estatuto da Carreira Docente de Educadores e Professores do Ensino Básico e Secundário.i. Cria duas categorias de professor.
ii. Estrangula a carreira dos professores.
iii. Desfigura a carreira dos professores.
iv. Desvaloriza as funções lectivas
v. Cria novas funções de carácter burocrático e assistencial.
vi. Conduz ao empobrecimento dos professores.
2º Decreto Regulamentar 2/2008 - Cria o quadro legal da avaliação de desempenho de Educadores e Professores do Ensino Básico e Secundário.i. Divide os professores e cria um clima de competição e de desconfiança dentro das escolas.
ii. Cria constrangimentos de carácter temporal e burocrático ao exercício das funções lectivas.
iii. Cria injustiças na progressão na carreira, ao acentuar a importância do exercício de cargos administrativos e burocráticos em desfavor das funções lectivas.
iv. Coloca 150 mil professores em estágio permanente ao longo de toda a carreira.
v. Cria na educação pré-escolar e no 1º CEB uma casta de professores avaliadores, sem turma, com o objectivo de controlarem os avaliados.
3º Decreto-Lei 200-2007 - Criou o quadro legislativo para a realização do 1º concurso para professor titular
i. Foi aqui que toda a trapalhada começou. Inaugurou um nova forma de legislar (às arrecuas e à pressa) e uma nova maneira de fazer política (à martelada).
ii. Marcou o início da desvalorização das funções educativas e da hipertrofia das novas funções de carácter administrativo, burocrático e assistencial dos professores.
iii. Criou divisões para sempre insanáveis nos professores.
4º Despacho 16872/2008 - Aprova os modelos de impresso das fichas de auto-avaliação e de avaliação de desempenho do pessoal docente da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário que constam dos anexos I a XV do qual fazem parte integrante as ponderações dos parâmetros classificativos das fichas de avaliação que constam dos anexos II, III, V, VI, VII, VIII, X, XI, XII, XIII e XIV e as regras para aplicação das ponderações e dos parâmetros classificativos.
i. É a loucura e a confusão total. O acto educativo espartilhado e esquartejado como se o ensino se pudesse dividir em pequenas parcelas observáveis e quantificáveis.
ii. Marca o regresso ao que de pior tem a pedagogia por objectivos e o triunfo da perspectiva comportamentalista na educação.
iii. Representa o aniquilamento da liberdade pedagógica do professor.
iii. Fez e vai continuar a fazer as escolas, os PCEs/Directores, os Coordenadores de Departamento e os professores em geral perderem tempo, recurso e energia em milhares de reuniões e na elaboração de grelhas, parâmetros e ponderações sem qualquer mais valia pedagógica para os alunos.
iv. Na história das profissões em Portugal nunca se assistiu a nada assim: tanto papel, tanta reunião, tanta grelha para nada. Na história do Portugal democrático, nunca uma profissão foi tão humilhada e ofendida pelo poder político.
5º Decreto-Lei 3/2008 - Define os apoios especializados para as crianças e alunos do pré-escolar, ensino básico e ensino secundário.
i. Com a aplicação deste Decreto-Lei o ME deixou de fora dos apoios especializados milhares de crianças com disfunções que não são abrangidas pela Classificação Internacional de Funcionalidade.
6º Despacho 14460/2008 - Define o modo de organização das Actividades de Enriquecimento Curricular. Para além de concretizar o conceito de escola a tempo inteiro e de sujeitar as crianças a mais de seis horas diárias de actividades curriculares e de permanência dentro do edifício escolar, este despacho aumenta os conteúdos funcionais não relacionados com as funções lectivas dos educadores e professores. Constitui mais um passo em frente na desvalorização das funções lectivas e na burocratização da profissão docente. Veja-se a este respeito, as alíneas 31 e 32:
31—Aos educadores titulares de grupo e aos professores titulares de turma compete zelar pela supervisão pedagógica e acompanhamento da execução das actividades de animação e de apoio à família no âmbito da educação pré-escolar bem como de enriquecimento curricular no 1.o ciclo do ensino básico.32—Por actividade de supervisão pedagógica deve entender-se a que é realizada no âmbito da componente não lectiva de estabelecimento do docente para o desenvolvimento dos seguintes aspectos:a) Programação das actividades;b) Acompanhamento das actividades através de reuniões comos respectivos dinamizadores;c) Avaliação da sua realização;d) Realização das actividades de apoio ao estudo;e) Reuniões com os encarregados de educação.
7º Lei 3/2008 - Estabelece o Estatuto do Alunoi. Criou uma enorme confusão nas escolas na interpretação de um articulado confuso e hermético.
ii. Facilitou a aplicação e generalização do conceito de progressão automática.
iii. Criou um mecanismo que premeia os alunos absentistas. iv. Transmitiu aos alunos e aos pais que não é importante assistir às aulas, ser pontual, diligente e cumpridor.v. Transmitiu aos alunos e aos pais a mensagem de que tanto faz ir às aulas como faltar sem justificação, porque, no final, o aluno absentista e desleixado tem sempre mais uma prova de recuperação à sua espera.
8º Decreto-Lei 43/2007 - Define o quadro legal das habilitações profissionais para a docência.
i. Cria os mecanismos legais para a aprovação do professor generalista para os 6 primeiros anos de escolaridade.
ii. Cria uma formação bi-etápica para os docentes do pré-escolar e do 1º CEB, com um primeiro ciclo de 3 anos que estabelece um plano de estudos com uma reduzida formação em psicologia e em pedagogia.
iii. Fiz a crítica deste Decreto-Lei no artigo "Novo Regime Jurídico de Habilitação para a Docência". Remeto os colegas para esse texto. Nesse texto eu digo: Após mais de três décadas de formação integrada de educadoras de infância e de professores do ensino básico, assiste-se à recuperação de um modelo que fora posto em causa no princípio da década de 70 do século passado, reintroduzindo o conceito e a lógica da dispersão curricular, da desarticulação formativa e da desintegração pedagógica.
iv. Nesse artigo, acrescento a seguinte crítica: O novo regime jurídico de qualificação para a docência constitui um enorme passo atrás. Não só se introduz uma formação desarticulada (bi-etápica) como se põe fim à dimensão cultural e investigativa da formação. Deixa de haver um espaço curricular obrigatório para as metodologias de investigação, põe-se fim à tradição da apresentação e defesa pública de uma monografia com uma componente empírica forte, e deixa de haver lugar para uma verdadeira formação psicológica, filosófica, cultural e ética dosfuturos educadores de infância e professores para os primeiros quatro anos de escolaridade.
9º Decreto Regulamentar 3/2008 - Institui a prova nacional de acesso à profissão docente.i. Obriga os professores que têm menos de 5 anos de serviço e que não leccionaram em pelo menos dois anos dos últimos quatro anos a realizarem uma prova nacional de acesso à profissão.
ii. Institui a classificação mínima de 14 valores em cada uma das provas realizadas. Quem tiver menos de 14 valores numa das provas fica eliminado. Por exemplo, um candidato a professor de Matemática que obtenha 20 valores na prova de Matemática e 13 valores na prova Educacional, reprova.
10º Decreto-Lei 75/2008. Cria o novo quadro legal de gestão e autonomia das escolasi. Cria o quadro legal do novo modelo de gestão escolar onde pontifica a figura do director e de um conselho geral onde os professores não estão em maioria.
ii. O director passa a escolher os professores que farão parte do conselho pedagógico.
iii. O director passa a escolher os coordenadores de departamento.
iv. Ser professor titular não é condição necessária para a candidatura a director.
v. Podem candidatar-se a directores de escolas públicas, professores do ensino particular e cooperativo.
vi. O Decreto-Lei 75/2008 constitui um passo essencial no processo em curso de destruição da liberdade pedagógica dos professores e da democracia nas escolas. Nota: Gostou deste post? Partilhe a sua opinião com milhares de colegas. Vote na monstruosidade nº 1.Se quiser subscrever este blog, clique no ícone que está no canto superior esquerdo, em "subscribe in a reader". Passará a receber todas as actualizações do blog na sua página do Google.Publicada por ProfAvaliação em 16:20 4 comentários Etiquetas: Monstruosidades pedagógicas

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A prestação dos atletas portugueses reflecte a escola portuguesa

Os Jogos Olímpicos reflectem a escola portuguesa
As declarações de alguns atletas olímpicos indignaram muita gente, mas elas não passam do reflexo do que a nossa ministra da (des)educação deseja para a Escola pública.
Vou dar alguns exemplos do que os alunos (que acabam por ter sucesso nas escolas portuguesas) dizem:
“O teste não me correu bem, porque era de manhã e eu estou bem é na caminha”; Não fui à aula, porque era de manhã e eu estou bem é na caminha”; “Não estudei, porque preferi descansar”; “O teste não me correu bem, porque bloqueei e eu até sabia a matéria”; “A culpa dos meus maus resultados é dos professores que implicam comigo…”
A Senhora Ministra obriga os professores a responderem: “Não há problema, dou-te mais uma oportunidade…”. Se a senhora ministra tivesse poder sobre os árbitros dos jogos olímpicos, certamente os atletas de “alta competição” portugueses teriam muitas oportunidades, mas como só manda nos professores portugueses, temos uma nação a chorar pelas medalhas perdidas…
Eu não estou a criticar os atletas, pois eles são os melhores que há em Portugal no desporto que praticam e, como foram educados num país de facilitismo, não precisam de se esforçar mais, pois em Portugal o esforço não é premiado.
Certamente daqui a uns anos, seremos um país de “doutores”, mas em termos de produtividade seremos um país nulo.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mistério da Educação

Ao longo da minha vida, sempre procurei combater as injustiças. Por isso, gostava que alguém me explicasse por que motivo os professores que classificam provas de aferição e exames nacionais do terceiro ciclo não recebem nada por fazerem esse serviço, enquanto os classificadores das provas do ensino secundário são pagos por cada prova que corrigem, quando se regem pelo mesmo estatuto. Eu não tenho nada contra os classificadores do ensino secundário, não só porque a qualquer momento também posso ser chamado para esse serviço, mas também porque acho justo que todos sejam pagos pelo seu trabalho.
Os classificadores de Língua Portuguesa e de Matemática do ensino básico não têm só de classificar muitas dezenas de provas, têm de fazer as respectivas pautas, deslocarem-se para reuniões de aferição de critérios, de levantamento de provas, de comparação da sua correcção com as de outros classificadores e de entrega das provas, sempre a circularem no seu veículo (algumas escolas dão a esmola de pagarem 12 cêntimos o quilómetro, esquecendo-se de que os combustíveis têm subido imenso). Além disso, esses classificadores/escravos têm o mesmo serviço que os outros professores nas suas escolas (reuniões, aulas aos alunos do CEF, matrículas, entrega da avaliação aos encarregados de educação, articulação com outros ciclos, análise dos resultados e informatização de planos de recuperação já elaborados em papel - simplex). Mas o pior ainda não é isso. Quando vão entregar as provas corrigidas têm de esperar cerca de oito horas sem almoçar em filas intermináveis, sendo tratados pelos colegas que as estão a receber, como se fossem prisioneiros de Guantanamo, e vendo os classificadores das provas do secundário passarem à frente, numa discriminação que lembra os tempos do Holocausto. Por que motivo o Ministério da Educação não cria condições aceitáveis para a recepção das pautas e dos exames? Fala-se tanto de “excelência”, quando os secretariados de exames dependem da carolice de alguns professores que nem podem chegar a titulares, porque as vagas estão preenchidas. Por falar nisso, alguém sabe quando é o concurso deste ano para professor titular?
Será que ainda existem sindicatos de professores ou já são dependências do Ministério de Educação? Uma prova de que anda tudo à deriva foi o entendimento entre o Ministério da Educação e a plataforma de sindicatos. Os sindicatos aceitaram o novo modelo de gestão com um pequeno adiamento e, depois, pediram aos professores para boicotarem os Conselhos Gerais Transitórios, não apresentando listas, deixando de serem representados. Isto prova que os sindicatos reconheceram, finalmente, que o acordo foi mau e que adiar o problema não o resolve.
Penso que neste momento os professores estão sozinhos, desmotivados, divididos em duas classes (que os sindicatos aceitaram, quando assinaram o memorando) e a cavarem a sua própria sepultura, preparando um modelo de avaliação injusto e que não permite que alguns excelentes professores, consigam progredir na carreira, pois as vagas já estão ocupadas.
Já não vou falar dos Centros de Formação, pois num dia o ministério diz que acabaram, noutro decreta que se devem juntar, depois refere que são as escolas a darem formação ao pessoal docente e não docente, de seguida determina que voltam a existir Centros de Formação. O que eu sei é que, neste momento, os professores estão sem formação contínua financiada. Um governo que prima pela “excelência” dá demasiados maus exemplos.
É triste algumas pessoas deixarem que lhes ponham a corda ao pescoço… O que se passa em Portugal lembra-me a acção do “Ensaio sobre a Cegueira”. Pelo menos os irlandeses perceberam que só pode haver uma constituição europeia comum se também houver harmonização fiscal, social e salarial. A política que esquece as pessoas e se preocupa com os números não faz sentido.
Quem souber esclarecer as minhas dúvidas faça o favor de responder para o email salvarescola@gmail.com

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ajudem-me a compreender

Como pode alguém acreditar na política deste governo? Como pode a nossa indústria competir com a Espanha, quando em Portugal o preço dos combustíveis e taxa do IVA são cerca de 20% mais elevados?
Também terá tirado o curso por correspondência o nosso ministro das finanças? Não acerta uma previsão, não permite que a nossa economia se desenvolva, retira poder de compra aos Portugueses e, em vez de melhorar as condições de vida dos contribuintes, ainda as agrava. Para que queremos nós um governo que tira regalias às pessoas para construir linhas de TGV, aeroportos, estádios? Que adianta ter uma dezena de estádios novos, uma linha de alta velocidade e mais um aeroporto, se as pessoas não têm dinheiro para comprar comida, quanto mais para comprar os bilhetes? O que nos adianta ter o défice controlado, se não temos o que comer? Que país é este em que as pessoas têm de esperar mais de 4 horas para serem atendidas nas urgências ou de ir às 6 horas da manhã para o exterior de um centro de saúde com a finalidade de conseguirem uma consulta, em que os alunos podem faltar às aulas impunemente e têm aprovação garantida, em que os professores são avaliados em função das notas dos alunos e do abandono escolar ?
Como pode alguém defender um Primeiro-Ministro que é apanhado constantemente a mentir e que não cumpre as leis que ele próprio faz aprovar?
Alguns comentadores que defendem estes desgovernantes dizem que não há alternativa, que não se podem baixar os impostos e que o Primeiro-Ministro é muito corajoso ao enfrentar os descontentes. Se o governo não servir para ajudar as pessoas e mantê-las satisfeitas, para que existe? Há sempre alternativas e nenhuma será pior do que quem nos tem deixado cada vez mais pobres.
salvarescola@gmail.com