Espírito crítico

"Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero. "
(Pierre Beaumarchais)

"Quem se enfada pelas críticas, reconhece que as tenha merecido."
(Tácito)

"Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos."
(Ayaan Hirsi Ali)


"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar."
(Abraham Lincoln)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sócrates e o tabaco




Não me admirou nada o Senhor Primeiro-Ministro José Sócrates ter sido apanhado a fumar num avião, porque quem acha que está acima da lei pensa que pode fazer o que bem entender: tirar cursos sem ir às aulas, enviando trabalhos por fax; preencher documentos oficiais com habilitações que não tem; fumar onde quiser; retirar tempo de serviço aos trabalhadores; mentir aos portugueses; não respeitar declarações de exclusividade… Já todos conhecíamos o seu carácter arrogante, pois repete insistentemente que ninguém lhe dá lições de nada… Por isso é que ninguém o via nas aulas... Agora o que foi para lá da minha imaginação foi um Primeiro-Ministro alegar que não respeitou uma lei assinada por si, por desconhecimento!!! Se calhar faltou à aula em que a professora ensinou os seus colegas a ler. O avião não teria nenhum sinal de proibição de fumar que o fizesse entender? Será que também não entende os símbolos? Quando eu o ouvi na televisão alegar que desconhecia a lei, nem queria acreditar!!! Quanto ganharão os assessores que o aconselharam a dizer isso? Pedir desculpa, até nem lhe ficou mal, mas esqueceu-se de pedir desculpa pelas mentiras sobre os impostos, sobre a idade da reforma e sobre as portagens nas SCUT. Vamos supor que um ladrão de automóveis era apanhado em flagrante a conduzir uma viatura roubada e pedia desculpa, dizendo que não voltava a fazer e que não sabia que era proibido. Seria absolvido?Com governantes que dão este exemplo, onde iremos parar?... salvarescola@gmail.com
O artigo 6º do Código Civil tem como epígrafe a "Ignorância ou má interpretação da lei"; e dispõe o seguinte:
"A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nelas estabelecidas."

«Quero fazer-vos uma declaração sobre o facto de ter fumado no avião. De facto fumei, com o ministro da Economia [Manuel Pinho] enquanto conversávamos, mas no convencimento de que se podia fumar, porque assim sempre aconteceu nas outras viagens anteriores».
Estas declarações do 1º Ministro de Portugal são de um atrevimento atroz! E, como se não bastasse, ainda acrescentou:
«Estava convencido que não estava a violar nenhuma lei nem nenhum regulamento. Infelizmente há essa polémica em Portugal e eu quero lamentar essa polémica. Se por algum motivo violei algum regulamento, alguma lei, lamento e peço desculpa, não voltará acontecer».
1º- Ainda bem que "sua eminência" e comitiva não costumam matar as hospedeiras de bordo, caso contrário, "porque assim sempre aconteceu nas outras viagens anteriores", tê-lo-iam feito de novo;
2º- Lamenta "sua excelência" que a polémica exista em torno do "seu conversador cigarro", eu também, sobretudo porque nem com desenhos percebeu a interdição. Mas lamento muito mais que não haja polémica proporcional em torno de outras questões que assim o pedem !
3º- E ainda coloca um "se"! " Se por algum motivo violei algum regulamento, alguma lei..." Então, mas não sabe já que sim?
4º- Por último, pede desculpa?
Está, certamente a fazer de nós parvos!
"Dura Lex Sed Lex". Aplique-se a coima pela ocorrrência!

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