Espírito crítico

"Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero. "
(Pierre Beaumarchais)

"Quem se enfada pelas críticas, reconhece que as tenha merecido."
(Tácito)

"Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos."
(Ayaan Hirsi Ali)


"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar."
(Abraham Lincoln)

sábado, 13 de setembro de 2008

Escola para formar delinquentes

O sonho da senhora Ministra da (des)educação está a realizar-se finalmente.
Conseguiu acabar com os trabalhos de casa, com a necessidade dos alunos estudarem e até de frequentarem as aulas para passarem e ficarem com o diploma, seguindo o belo exemplo do nosso Primeiro-Ministro… Não se criam hábitos de trabalho, de cumprir horário, de sequer aparecer… Há sempre um exame que pode ser repetido até o aluno absentista passar…
Conseguiu inventar um estatuto do aluno em que os actos de violência praticamente não são punidos, o que faz da escola pública o lugar ideal de estágio para todos aqueles que querem dedicar-se à criminalidade. Pensam que é exagero? Só quem está nas escolas é que sabe o que se passa: assaltam, ameaçam, agridem e violam colegas, enquanto outros filmam, destroem portas, estores, persianas, extintores… Se os alunos são (des)educados para obterem tudo com facilidade ou violência, não adianta falar-se de falta de justiça ou de polícias nas ruas. Infelizmente, a sociedade deixou de se preocupar com a prevenção e com o valor do trabalho.
Conseguiu imaginar um estatuto da carreira docente, em que o aluno é que tem a autoridade, que tem o poder de avaliar o professor, mesmo que não queira aprender, pois o professor é coagido financeira e profissionalmente a inventar sucesso, mesmo que os alunos não o queiram. Dividiu a classe, despromovendo a maior parte dos professores e mantendo alguns com direito a progredir, através de um concurso com critérios injustos, baseados na antiguidade ou na sorte das vagas disponíveis na escola. De facto, foi um concurso só para alguns poderem manter os direitos adquiridos, enquanto os outros (por serem mais jovens) eram impedidos de concorrer para manter os seus direitos profissionais…
Conseguiu copiar um modelo de avaliação do pessoal docente em que os professores têm de andar a bajular os capatazes e os directores para poderem continuar a pagar os empréstimos aos bancos. A senhora Ministra diz que os resultados da avaliação dos alunos só contam 6% na avaliação dos professores, mas as grelhas de objectivos e de avaliação dos docentes são centradas nos resultados dos alunos. Já para não falar nos outros 6% relativos ao abandono que nunca será da responsabilidade do professor…
Eu tenho a certeza de que os números serão muito positivos, mas o sucesso que a senhora Ministra conseguirá é o de entregar os diplomas a futuros cidadãos habituados a não fazer nada, pois haverá sempre um subsídio para receber ou um banco para assaltar.
É preciso agir para salvar a escola e a sociedade!

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