Espírito crítico

"Sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero. "
(Pierre Beaumarchais)

"Quem se enfada pelas críticas, reconhece que as tenha merecido."
(Tácito)

"Onde não se pode criticar, todos os elogios são suspeitos."
(Ayaan Hirsi Ali)


"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar."
(Abraham Lincoln)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Dê-me uma boa nota ou leva um tiro!



O caso da ameaça à mão armada a uma professora na Escola do Cerco fez-me mais impressão pelas reacções. O Conselho Executivo e a DREN consideraram uma “brincadeira de mau gosto” de alunos que até têm boas notas. Ainda bem que a Ministra da Educação teve mais bom senso, talvez por estar ausente, e não disse esse disparate... A professora também terá considerado uma brincadeira, certamente porque tem de levar o automóvel todos os dias para a escola, enfrentar esses alunos até ao final do ano e, ao não sentir o apoio nem do CE nem da DREN, uma vez que não tem subsídio para pintura nem para pneus, teve de alinhar no branqueamento da situação. Dentro de uma sala de aula, um aluno de 16 anos apontar uma arma a uma professora e outro ameaçá-la a soco (cobrindo a cabeça com um capuz) é considerado uma brincadeira? Quando estes alunos forem assaltar um banco, se a arma for de plástico, também será considerado uma brincadeira pelo tribunal? A Directora Regional de Educação do Norte tem feito tantas “brincadeiras” que já devia ter percebido que tem idade para ir embora, pois os professores não são as criancinhas de quem ela era educadora antes de se dedicar à política. Se tem saudades de brincar com as criancinhas, volte à docência!
Ah! Já sei o que se passa! Como o Ministério da Educação tem ameaçado os professores de os torturar com um modelo de avaliação que a Senhora Ministra já considerou burocrático e injusto, também permite que os professores sejam tratados como presas de caça… Certamente, no final do ano, estes alunos ainda vão para o quadro de mérito e o senhor Engenheiro vai entregar-lhes o prémio!
Depois, tentou desviar-se as atenções para o telemóvel que filmou… Aqui o telemóvel até foi útil. Se não se tivesse filmado e divulgado a ameaça, a situação passaria totalmente impune. A professora já tinha comunicado o caso ao Conselho Executivo, que só agiu a reboque da comunicação social. Diariamente, passam-se situações semelhantes nas escolas do país, mas, como ninguém as filma, não há punição.
É um país que tem de ver para querer!
salvarescola@gmail.com

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